Militares russos assumem a morte de 20 crianças e adolescentes ucranianos
Dois militares russos revelam detalhadamente a morte de várias crianças e adolescentes ucranianos. Como é o caso de uma menina de cinco anos que gritava.
Dois militares russos que faziam parte do Grupo Wagner detalharam a forma como executaram mais de 20 crianças e adolescentes ucranianos, como é o caso de uma “menina de cinco anos que gritava”. As revelações estão gravadas num vídeo em que é possível ver o ex-prisioneiro russo Azamat Uldarov e o antigo comandante Alexei Savichev. A dupla diz ter cumprido ordens de Yevgeny Prigozhin, homem próximo de Vladimir Putin, e dos chefes de unidade. Existem ainda relatórios que dão conta que os homens foram perdoados pelo presidente russo entre agosto e Setembro de 2022.
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“Executei a ordem com as minhas próprias mãos – matei crianças (…) Recebemos ordem de varrer e destruir todos (…) Matamos todos – mulheres, homens, reformados e crianças, incluindo crianças de cinco anos de idade”, revela Uldarov numa videochamada lançada pelo projeto russo Gulagu.net. O antigo militar detalha mesmo um “tiro de segurança” numa menina de cinco ou seis anos para se certificar de que estava morta. Já Savichev conta que, após a troca de prisioneiros de guerra em fevereiro, os oficiais russos deram ordens para “disparar sem palavras” em direção a qualquer pessoa com mais de 15 anos. Uldarov salienta ainda que teriam sido mortos casos não cumprissem as ordens.
Militares dizem ter ordens para matar qualquer pessoa com mais de 15 anos
O vídeo, que acaba de ser tornado público, conta com um vasto leque de confissões. Como a de ter atirado uma granada para um buraco com 60 cadáveres. Que depois incendiou com gasolina. Anton Geraschenko, Ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, recorreu ao Twitter para condenar a dupla russa. “O projeto russo Gulagu net publicou um vídeo com as confissões de dois condenados, ex-comandantes das subdivisões Wagner PMC – Azamat Uldarov e ex-preso Aleksey Savichev. Eles admitem ter matado crianças ucranianas e civis em Bakhmut e Soledar”, escreveu.
“Eles sequestram os nossos filhos e matam-nos”
Por sua vez, Andriy Yermak, chefe do Gabinete Presidencial ucraniano, acusa o Grupo Wagner de ser “criminoso de guerra”. “Terroristas russos confessaram o assassinato de crianças ucranianas em Bakhmut e Soledar (…) Eles sequestram os nossos filhos e matam-nos (…) Vamos aprender todos os fatos sobre os crimes e encontrar todos os que os cometeram. Estamos a fazer de tudo para trazer os nossos filhos de volta”, partilharam no Telegram.
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Texto: Bruno Seruca
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