Autoridade Palestiniana ameaça rever relações com EUA após veto na ONU

O presidente da Autoridade Palestiniana (AP), Mahmoud Abbas, condenou hoje o veto dos Estados Unidos à integração da Palestina como Estado-membro de pleno direito na ONU e avisou que irá reconsiderar as relações com Washington.

Autoridade Palestiniana ameaça rever relações com EUA após veto na ONU

“Os líderes palestinianos reconsiderarão as relações bilaterais com os Estados Unidos, de uma forma que garanta a proteção dos interesses do nosso povo, da nossa causa e dos nossos direitos”, disse Abbas em entrevista à agência da Palestina WAFA.

Dois dias depois de os Estados Unidos terem anulado o reconhecimento da Palestina no Conselho de Segurança da ONU, o presidente da AP defendeu que o veto norte-americano é “uma agressão flagrante contra os direitos, a história e a pátria” do povo palestiniano, adicionando que a administração norte-americana “desafia a vontade da comunidade internacional”.

Doze dos 15 países membros do Conselho de Segurança votaram a favor da conclusão da integração da Palestina nas Nações Unidas, enquanto outros dois se abstiveram e apenas a delegação norte-americana se manifestou contra.

Para o líder da AP, a posição de Washington representa igualmente o “abandono de todas as promessas” relativas à solução de dois estados, como fórmula de paz entre israelitas e palestinianos.

“Enquanto o mundo concorda com a necessidade de aplicar o direito internacional e apoia os direitos palestinianos, os Estados Unidos continuam a apoiar a ocupação [da Palestina] e recusam-se a forçar Israel a parar a sua guerra genocida”, lamentou Abbas, aludindo à ofensiva militar que perdura há mais de seis meses na Faixa de Gaza.

Além disso, o líder palestiniano criticou que Washington feche os olhos ao “roubo de fundos” do território pelas autoridades israelitas, o que acaba por enfraquecer a AP, e acusou: “Dá a Israel armas e dinheiro que matam os nossos filhos e destroem as nossas casas”.

Abbas sublinhou que, apesar de tudo, “a causa de Palestina é inquebrável, imutável e firme” e deixou a convicção de que “os sacrifícios, a paciência e a resistência do povo palestiniano (…) derrotarão todas as políticas apoiadas pelos Estados Unidos”.

Durante várias semanas, os palestinianos, com um estatuto inferior de Estado observador não-membro desde 2012, e os países árabes pediram ao Conselho de Segurança que aceitasse que um Estado palestiniano já reconhecido pela maioria das capitais tomasse um “lugar legítimo” na ONU.

HB // JPS

By Impala News / Lusa

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