Ativista condenada por ajudar sírios morre atada a cama de hospital

Uma mulher, que tinha sido condenada a 10 anos de prisão por ajudar sírios, morreu atada a uma cama de hospital nos Emirados Árabes Unidos.

Ativista condenada por ajudar sírios morre atada a cama de hospital

Alia Abdulnoor foi condenada a 10 anos de prisão por fazer donativos a famílias da Síria e morreu este sábado, 4 de maio, com os pés e as mãos atadas a uma cama de hospital nos Emirados Árabes Unidos. A mulher tinha cancro e terá sido obrigada a recusar os tratamentos. A família e a ONU lutaram nos últimos meses pela libertação de Alia.

Hiba Zayadin, investigadora da Human Rights Watch, revela pormenores das últimas horas de vida da ativista, em declarações ao El Mundo. «Alia faleceu num quarto de hospital fortemente vigiado, quando tudo o que queria nos seus últimos dias era morrer com o carinho da família», refere. «Apesar do seu estado de saúde precário, as autoridades dos Emirados Árabes Unidos ignoraram repetidos apelos de grupos, deputados do Parlamento Europeu, especialistas da ONU e a própria família para libertá-la por razões médicas.»

Alia Abdulnoor encontrava-se no hospital Tawan, em Al Ain, desde janeiro de 2018. O caso foi acompanhado por vários defensores dos direitos humanos e a Human Rights Watch denunciou que os Emirados Árabes Unidos estavam a impedir que Alia recebesse tratamentos médicos.

Segundo a mesma publicação, a ativista foi detida em casa, em julho de 2015, pelas forças policiais do país. Alia esteve desaparecida durante seis meses, onde terá vivido num quarto sem janelas, luzes ou circulação de ar. A mulher acabou por ser descoberta e ficou a saber que terá sido detida por financiar grupos terroristas ao entregar informações sobre os Emirados Árabes Unidos. Alia viu-se, segundo o El Mundo, que citam os advogados da ativista, obrigada a confessar o crime sob ameaça. A família da mulher refuta esta tese e diz que Alia apenas fez pequenos donativos a família sírias durante as revoltas contra Bashar Asad.

A ativista esteve 11 meses presa e, em 2016, deu entrada num hospital depois do diagnóstico de cancro da mama em estado avançado. Três anos depois, morreu. «A morte dela é um lembrete trágico de que a retórica dos Emirados sobre tolerância nada mais é do que palavras vazias», acusa Hiba Zayadin.

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