Washington considera ilegítimo adiamento das eleições no Senegal

Os Estados Unidos afirmaram que o adiamento das eleições presidenciais senegalesas para 15 de dezembro “não pode ser considerado legítimo” e exortaram o Governo do Senegal “a organizar as eleições presidenciais em conformidade com a Constituição e leis eleitorais”.

Washington considera ilegítimo adiamento das eleições no Senegal

“Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com as medidas tomadas para adiar as eleições presidenciais senegalesas de 25 de fevereiro, uma medida que vai contra a forte tradição democrática do país”, declarou Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado, citado num comunicado de imprensa divulgado ao final da noite de terça-feira em Washington.

O Departamento de Estado apelou igualmente ao “imediato restabelecimento total do acesso à Internet e ao completo respeito pelas liberdades de reunião pacífica e de expressão, incluindo as dos membros da comunicação social”.

Ainda segundo o mesmo comunicado, os Estados Unidos manifestam-se “comprometidos com todas as partes e com os parceiros regionais nos próximos dias”.

A posição norte-americana contrasta com a declaração lacónica da diplomacia francesa, antiga colónia e com presença incomparavelmente maior em toda a região, que até agora apenas manifestou os votos de que as eleições sejam “realizadas o mais rapidamente possível”.

No mesmo sentido, também a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) se inibiu de condenar o adiamento das eleições no Senegal, não indo além de manifestar “a sua preocupação com as circunstâncias que levaram” às mesmas e apenas pedindo às “autoridades competentes que acelerem os diferentes processos para estabelecer uma nova data”, segundo um comunicado divulgado no último domingo pela Comissão da organização.

A União Europeia acompanhou a posição assumida pela CEDEAO, apelando à realização de “eleições transparentes, inclusivas e credíveis, o mais rapidamente possível e com respeito pelo Estado de direito, a fim de preservar a longa tradição de estabilidade e democracia no Senegal”, de acordo com um comunicado divulgado no mesmo dia.

O acesso à Internet de dados móveis foi restabelecido esta manhã na capital senegalesa, Dacar, depois de uma suspensão de dois dias decretada pelas autoridades, no contexto da crise. O ministério senegalês das Telecomunicações justificou a medida com a difusão nas redes sociais de “mensagens odiosas e subversivas (…) num contexto de ameaça à ordem pública”.

Na segunda-feira, o parlamento senegalês aprovou uma lei que adia as eleições presidenciais de 25 de fevereiro para 15 de dezembro e prorroga por um ano o mandato do Presidente cessante, Macky Sall.

APL // JMC

By Impala News / Lusa

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