Turquia acusa Alemanha de racismo

O Governo turco acusou a chanceler conservadora alemã, Angela Merkel, e o líder social-democrata, Martin Schulz, de “estimularem o racismo e a discriminação” por proporem a suspensão definitiva das negociações de adesão da Turquia à União Europeia.

Turquia acusa Alemanha de racismo

O Governo turco acusou hoje a chanceler conservadora alemã, Angela Merkel, e o líder social-democrata, Martin Schulz, de “estimularem o racismo e a discriminação” por proporem a suspensão definitiva das negociações de adesão da Turquia à União Europeia (UE).

“A política maioritária alemã, que resvala para o populismo e a intenção de ver o ‘outro’ apenas como inimigo, apenas estimula a discriminação e o racismo”, disse o porta-voz da presidência da Turquia, Ibrahim Kalin, na sua conta no ‘Twitter’.

Kalin, através de uma série de novas mensagens, reagiu desta forma às declarações de Merkel e Schulz no debate televisivo de domingo, no âmbito da campanha eleitoral alemã, em que defenderam o fim do processo de integração da Turquia na UE, que na prática se encontra suspenso.

O porta-voz assegurou “não ser por acaso” que os dois políticos alemães “atacaram a Turquia e o Presidente [Recep Tayyip] Erdogan, refletindo assim a estreiteza das visões da Europa”.

O responsável turco repetiu a acusação de que a Alemanha fornece asilo a membros do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e da confraria do predicador exilado Fethullah Gülen (Organização Terrorista Fethullah Gülen, FETÖ, de acordo com a designação de Ancara), e acusado de ter fomentado o fracassado golpe de Estado de julho de 2016.

“Será que a Alemanha não se apercebe que não está a apoiar a democracia mas antes terroristas e golpistas, ao acolher [membros] do PKK e da FETÖ”, questionou Kalin.

“Pouco importa qual o partido que vai vencer [as legislativas] na Alemanha. Porque já ficou claro que mentalidade vai ganhar”, acrescentou.

“Esperamos que o ambiente problemático, cujas vítimas são as relações turco-alemães num curto horizonte político, se altere o mais depressa possível”, concluiu Kalin, na sua série de mensagens.

Horas mais tarde, o ministro para os Assuntos europeus turco, Ömer Çelik, também se pronunciou no mesmo sentido no Twitter, ao acusar a Alemanha de “construir um muro de Berlim” em direção à Turquia.

“É necessário que o prejuízo que Schulz provoca à social-democracia com a sua linguagem, que é igual à de Marine Le Pen [líder da direita radical francesa], não infete a política alemã”, assinalou.

“Não aceitamos essa falta de respeito da Turquia e responderemos de forma equivalente”, acrescentou o ministro turco, citado pela agência noticiosa Efe.

A tradicional boa relação entre Berlim e Ancara tem vindo a deteriorar-se desde a condenação pelo parlamento alemão, em junho de 2016 do genocídio arménio no decurso do Império otomano em 1915, e que Ancara considerou uma afronta.

A Turquia vetou primeiro a visita de deputados alemães aos seus soldados estacionados na base turca de Incirlik, com Berlim a anunciar de seguida a transferência destes militares para uma base na Jordânia.

A situação agravou-se no decurso do referendo constitucional de abril na Turquia, e com a detenção de prisão preventiva de diversos cidadãos alemães na Turquia, alguns com dupla nacionalidade, e baseadas em acusações políticas.

No entanto, o Governo alemão confirmou hoje que um dos 12 alemães detidos por motivos políticos na Turquia, que foi preso na semana passada, saiu em liberdade.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros germânico anunciou ter sido informado pelo advogado do detido desta “notícia positiva” e assinalou que saiu em liberdade “sem condições”, não devendo existir obstáculos para o seu regresso à Alemanha.

Após esta decisão judicial, permanecem detidas na Turquia 54 pessoas com cidadania alemã, incluindo Denis Yücel, o correspondente turco-alemão do diário Die Welt, que na sexta-feira cumpriu 200 dias na prisão, referiu a Efe.

Ainda na sexta-feira, Angela Merkel condenou estas novas detenções de cidadãos alemães por motivos políticos, e considerou que a maioria dos casos “carecem de qualquer fundamento”.

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