SADC prorroga missão militar em Cabo Delgado por mais um ano

Chefes de Estado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) decidiram prorrogar o prazo da missão militar da organização regional que apoia Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, avançou hoje a entidade em comunicado.

SADC prorroga missão militar em Cabo Delgado por mais um ano

“A ‘troika’ da Cimeira do Órgão prorrogou o mandato da missão da SADC em Moçambique [SAMIM] por um período de 12 meses, com efeitos a partir de 16 de julho”, refere a nota emitida após uma sessão extraordinária da ‘troika’ dos chefes de Estado e do Governo da SADC, ocorrida em formato virtual na terça-feira.

Além de “consolidar as conquistas alcançadas”, a decisão de prorrogar o prazo da missão visa facilitar o regresso seguro das populações que foram obrigadas a fugir devido ao conflito naquela província do norte de Moçambique.

“A ‘troika’ da Cimeira do Órgão felicitou o Governo da República de Moçambique pela iniciativa de desenvolvimento de estratégias destinadas a consolidar os territórios reconquistados e um plano de ação a ser implementado após a retirada da SAMIM”, acrescenta-se no documento.

A resposta militar com apoio de forças estrangeiras em Cabo Delgado começou em julho de 2021 e, além de países-membros da SADC, conta com o Ruanda.

Vários distritos junto aos projetos de gás foram libertados desde a chegada das forças estrangeiras, mas surgiram novas vagas de ataques isolados a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em quase seis anos de ataques rebeldes, alguns dos quais reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Além de Cabo Delgado, na sessão extraordinária da ‘troika’, os chefes de Estado e de Governo da SADC debateram a situação de segurança “instável e deteriorada” no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

“A ‘troika’ da Cimeira reiterou o seu apelo à cessação imediata das hostilidades perpetrados por todos os grupos armados e à sua retirada incondicional das áreas atualmente ocupadas”, refere-se ainda no comunicado da organização, que também aprovou “instrumentos jurídicos e operacionais para o destacamento de uma missão da SADC” à RDCongo, “a título de resposta regional”.

Há mais de duas décadas, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão das Nações Unidas na RDCongo, com cerca de 16.000 efetivos uniformizados no terreno.

EYAC // LFS

By Impala News / Lusa

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