Rio e Santana admitem rever Constituição, mas não é prioridade

Os dois candidatos à liderança do PSD concordam com uma revisão constitucional, embora não seja uma prioridade, e estão em desacordo na entrada da Santa Casa no capital do Montepio e na polémica sobre a recondução da procuradora.

Rio e Santana admitem rever Constituição, mas não é prioridade

Os dois candidatos à liderança do PSD concordam com uma revisão constitucional, embora não seja uma prioridade, e estão em desacordo na entrada da Santa Casa no capital do Montepio e na polémica sobre a recondução da procuradora.

No terceiro e último debate, na Antena 1 e na TSF, para campanha interna às diretas de sábado, ambos admitem que gostariam de uma Constituição mais “simples e mais curta”, segundo Rui Rio, ou “menos marcada ideologicamente”.

Para Rio, a revisão constitucional não é prioridade até 2019, mas ela pode depender das propostas que, se vencer a liderança, vier a fazer no futuro

“Não quero uma rutura no regime, quero fazer reformas”, disse o ex-presidente da Câmara do Porto.

Pedro Santana Lopes admitiu poder ser necessário mudar a Constituição, eventualmente devido a mudanças nas leis eleitorais, dado que a Lei Fundamental prevê o sistema proporcional

A dois dias das eleições, ficaram vincadas as diferenças quanto à eventual entrada de capital da Santa Casa da Misericórdia no capital do Montepio, que Santana não defendeu abertamente, mas admitiu ter pedido que fosse estudado, quando estava na Santa Casa.

Rui Rio é contra por o aumento de capital poder destinar-se a pagar imparidades, fazendo o paralelo com a sua oposição quando são os portugueses a pagar dos impostos os “erros da banca”.

E aqui, Rio apresentou Santana Lopes como “alma gémea” de Pedro Passos Coelho e de António Costa, líder do PS e primeiro-ministro, que “até está com ciúmes de não ter sido ele a meter a Santa Casa no sistema bancário”.

Santana respondeu com ironia à atenção que é dada ao tema da Santa Casa e do Montepio: “As pessoas só querem saber das instituições quando as lidero.”

Mais uma vez, Santana e Rio estiveram em campos opostos quando se falou da polémica em torno da recondução da atual procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, pelo Governo, depois de a ministra da Justiça ter dito entender que seria um mandato único.

Ora, Santana apontou a Rio e responsabilizou-o indiretamente por este assunto ter passado para a agenda política, depois de ter feito um balanço negativo da situação na justiça.

Para o ex-líder social-democrata, Rui Rio “fez uma avaliação negativa do Ministério Público no debate televisivo [na RTP] e mudou de posição no segundo”.

“O Governo aproveitou essa deixa para vir com esta posição de a procuradora não continuar”, acusou Santana, que fez “um apelo à normalidade”, evitando-se o tema, quer pelo Governo quer pela oposição.

Esta posição de Pedro Santana Lopes surgiu após os dois candidatos terem sido questionados sobre se concordaram com o facto de o líder parlamentar do PSD ter usado o debate quinzenal para acusar o executivo de estar a condicionar o resto do mandato de Joana Marques Vidal.

Rui Rio não disse concordar com essa estratégia e acrescentou mesmo que não acompanha “nada daquilo que se está a passar”, insistindo que, como disse o Presidente da República, este é “um não assunto”.

Rui Rio e Pedro Santana Lopes disputam as eleições diretas de 13 de janeiro para escolher o sucessor de Pedro Passos Coelho à frente do PSD.

Após a eleição do novo líder social-democrata por voto direto dos militantes, realiza-se o Congresso Nacional do PSD, marcado para 16, 17 e 18 de fevereiro.

 

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