Putin alega que empresa de mercenários Wagner “não existe”

O presidente russo revelou hoje, pela primeira vez, pormenores do encontro com Yevgeny Prigozhin e outros comandantes do Grupo Wagner, cinco dias após a fracassada rebelião do grupo mercenário, e defendeu que “essa empresa militar privada não existe”.

Putin alega que empresa de mercenários Wagner

Numa entrevista publicada no diário russo Kommersant, Vladimir Putin disse ter oferecido aos combatentes do Grupo Wagner a possibilidade de se reunirem “num só lugar” e de “continuarem a servir” a Rússia.

“Todos eles podiam reunir-se num só lugar e continuar a servir [a Rússia]. Nada mudaria para eles. Seriam liderados pela mesma pessoa que foi o seu verdadeiro comandante durante todo este tempo”, disse Putin sobre o conteúdo da proposta feita aos mercenários numa reunião com 35 comandantes do ‘Wagner, realizada no Kremlin a 29 de junho.

Segundo o jornal, a pessoa a que o líder russo se referia era um comandante do Grupo Wagner conhecido como Sedoi (Cabelo Cinzento).

Putin afirmou que, depois de ouvirem a proposta, muitos dos presentes na reunião começaram a acenar favoravelmente, mas Prigozhin, sustentou o Presidente russo, “não viu isso dessa forma” e respondeu que “os rapazes não estavam de acordo”.

Questionado pelo Kommersat sobre se o Grupo Wagner será mantido como unidade de combate após o motim falhado, Putin respondeu: “essa empresa militar privada não existe”.

“Não temos uma lei sobre as organizações militares privadas e é por isso que o ‘Wagner’ não existe”, disse Putin, acrescentando que se trata de uma questão jurídica relacionada com a “legalização efetiva” destas empresas paramilitares.

“Esta questão tem de ser discutida na Duma [câmara baixa do Parlamento russo) e no Governo. Não é uma questão fácil”, admitiu.

Segundo o Kremlin, na reunião com os responsáveis do ‘Wagner’, Putin ouviu “as explicações dos comandantes” sobre o motim de cinco dias antes e ofereceu-lhes opções de emprego após a rebelião.

“Os próprios comandantes deram a sua versão do que aconteceu e sublinharam que eram apoiantes e soldados convictos do chefe de Estado e do comandante-chefe”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

Os líderes do Grupo Wagner, acrescentou Peskov, “também disseram que estavam prontos para continuar a lutar pela Pátria [russa]”.

 

JSD // APN

By Impala News / Lusa

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