No dia de lançamento da Taxify, Uber diz que há “mercado para todos”

O diretor-geral da Uber para a Península Ibérica considerou hoje haver “mercado para todos” no transporte através de plataformas eletrónicas, frisando que a empresa quer motivar as pessoas a deixar o carro em casa.

No dia de lançamento da Taxify, Uber diz que há

O diretor-geral da Uber para a Península Ibérica considerou hoje haver “mercado para todos” no transporte através de plataformas eletrónicas, frisando que a empresa quer motivar as pessoas a deixar o carro em casa.

No dia em que foi lançada a Taxify, a quarta plataforma do género a operar em Portugal (depois da Uber, da Cabify e da Chofer), Rui Bento não se mostrou preocupado com a eventual passagem de motoristas da Uber para esta nova aplicação.

Neste nosso serviço, a percentagem dada por serviço aos motoristas é superior em 10% à oferecida pela Uber.

“Estamos confiantes em que a nossa proposta é boa para ambos: motoristas e utilizadores. Tal como antes, queremos levar o melhor serviço”, disse Rui Bento, num encontro com jornalistas, em Lisboa, frisando que, em relação às taxas de serviço, a Uber “tem um valor condicente com o que é dado aos motoristas e o preço das viagens praticado ao cliente”.

Para o futuro, a aposta da Uber, que hoje chegou à cidade de Braga, é “melhorar a mobilidade nas cidades” e ser uma alternativa para que as pessoas deixem os carros em casa.

O diretor-geral recordou um estudo divulgado em setembro passado em que 71% dos lisboetas admitia que usava o carro próprio.

Rui Bento anunciou que, a partir de hoje, a Uber cobre mais de 50% da população portuguesa em cinco minutos, conta com mais de cinco mil motoristas e, desde que chegou a Portugal, em julho de 2014, foram realizados mais de um milhão de downloads da aplicação.

O responsável pela Uber para a Península Ibérica falou ainda sobre a “urgência de uma revisão regulatória” no país, mas sublinhou que a plataforma e os parceiros “cumprem as leis portuguesas” e apontou uma decisão do Tribunal da Comarca de Lisboa, que veio recentemente reconhecer que a Uber não presta serviço de táxi.

“É uma situação incómoda. Há necessidade de uma regulação em Portugal para que se adapte a este tipo de tecnologia. Não sendo serviço de táxi não podemos ser regulados como tal”, afirmou.

Sobre o lançamento do serviço em Braga, explicou, “a procura era mais latente” na cidade, onde havia “mais abertura da aplicação” nos telemóveis, para ver se já estava ativo.

“Braga é uma capital de distrito jovem. Um polo de inovação e empreendedorismo”, explicou o responsável, acrescentando que havia muitas viagens de Porto para Braga, mas que no sentido contrário a oferta ainda não era possível.

Quanto ao recente serviço UberEats, lançado em novembro, Rui Bento avançou haver uma “crescente procura na zona de Lisboa”, tendo o serviço começado com 90 restaurantes e contando com 140 atualmente.

“Aumentou a oferta de restaurantes e estamos a ser pressionados para alargar o serviço a outras zonas da cidade de Lisboa”, acrescentou, advogando que “há espaço para crescer dentro da cidade e, quem sabe, levar a outras”. As mais recentes plataformas de transporte ligam motoristas de veículos descaracterizados e utilizadores através de uma aplicação ‘online’.

A proposta de lei do Governo para regulamentar a atividade de transporte de passageiros em veículos descaracterizados foi discutida na Assembleia da República a 17 de março, tendo baixado à comissão de Economia, Obras Públicas e Inovação para debate na especialidade sem ser votada no plenário.

O diploma proposto pelo Governo tem merecido a contestação das associações que representam os taxistas.

Na sua proposta de lei, o executivo defende que os operadores (de transporte individual) deixem de poder ser entidades individuais e passem a ser coletivas, que o horário máximo de condução não ultrapasse as seis horas em contínuo, que os veículos não tenham mais de sete anos de idade, que os motoristas tenham formação própria e que não haja contingentes, entre outros.

 

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