Membro da equipa de transição de PR argentino eleito rejeita adesão do país a BRICS

A Argentina não vai juntar-se ao bloco de economias em desenvolvimento BRICS no próximo ano, como estava previsto, indicou hoje um alto responsável da equipa de transição do Presidente eleito, Javier Milei.

Membro da equipa de transição de PR argentino eleito rejeita adesão do país a BRICS

“Não vamos aderir aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)”, declarou na rede social X (antigo Twitter) Diana Mondino, que Milei escolheu para ministra dos Negócios Estrangeiros quando tomar posse como novo chefe de Estado argentino, a 10 de dezembro.

A medida parece ser uma antevisão da drástica mudança na política externa que será aplicada na Argentina quando o populista de direita Milei assumir o cargo.

Javier Milei, um libertário, criticou duramente a China durante a campanha eleitoral e ameaçou cortar relações diplomáticas com o país, afirmando numa entrevista ao canal televisivo norte-americano Fox News: “Não vou fazer negócios com nenhum comunista”.

Embora tenha atenuado essa retórica desde a vitória, nas eleições presidenciais de 19 de novembro, Milei também criticou o Governo de esquerda do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a campanha, Milei, admirador do ex-Presidente norte-americano Donald Trump (2017-2021), disse repetidamente: “Se ganhar, os meus aliados serão os Estados Unidos e Israel”.

Diana Mondino já antes tinha desvalorizado a importância dos BRICS — termo inicialmente usado (como BRIC, sem a África do Sul) pelo economista Jim O’Neill, do grupo financeiro multinacional Goldman Sachs, em 2001, para designar os quatro países que ele acreditava dominariam a economia mundial em 2050. A África do Sul juntou-se ao grupo em 2010.

Os BRICS “estão mais relacionados com um alinhamento político do que com vantagens que possam existir para o comércio entre países”, declarou Mondino numa entrevista há duas semanas, acrescentando: “Já temos relações diplomáticas e comerciais com a maioria deles”.

A Argentina foi um dos seis países convidados em agosto a juntar-se ao bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que passaria a ter 11 Estados. A adesão da Argentina estava agendada para 01 de janeiro de 2024.

Na altura, o então Presidente, Alberto Fernández, saudou o convite, afirmando que ajudaria a Argentina a alcançar novos mercados.

ANC // PDF

By Impala News / Lusa

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