Kuomintang pede apoio aos taiwaneses na China para as presidenciais da ilha

O vice-presidente do principal partido de oposição de Taiwan, o Kuomintang, Andrew Hsia Li-yan, concluiu uma digressão pelo sul da China em busca do apoio de empresários taiwaneses antes das eleições presidenciais na ilha

Kuomintang pede apoio aos taiwaneses na China para as presidenciais da ilha

A visita, que se centrou na comunidade de cerca de 1,2 milhões de taiwaneses na China continental, cerca de 5% da população de Taiwan, gerou controvérsia e críticas por parte do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), atualmente no poder, avançou hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

Durante a digressão, Hsia encorajou ativamente os eleitores a regressarem a Taiwan e pediu aos empresários a concessão de licenças a quem queira ir votar nas eleições de 13 de janeiro. Isto junto de uma comunidade que historicamente apoia o Kuomintang.

O presidente da Associação das Empresas de Investimento de Taiwan na China, Li Zhenghong, disse na quarta-feira que 80% dos empresários taiwaneses estavam preparados para regressar à ilha para votar.

O voto da comunidade taiwanesa na China continental tem ganho importância dadas as crescentes tensões entre Taiwan e a China, tendo Pequim descrito as eleições como decorrendo “entre a guerra e a paz”.

“Sabemos muito bem qual é o partido que promove a paz e qual é o que impede a comunicação”, declarou o empresário taiwanês Lu Minghan ao South China Morning Post, referindo-se ao Kuomintang e ao DPP, respetivamente.

O candidato do DPP e atual vice-presidente de Taiwan, William Lai Ching-te, considerou a visita de Hsia à China como “suspeita”.

As sondagens na ilha sugerem que Lai é o favorito à vitória, com o candidato do Kuomintang, Hou Yu-ih, logo atrás, e Ko Wen-je do Partido Popular de Taiwan (TPP, na sigla em inglês), outro candidato pró-Pequim, em terceiro lugar.

O KMT e o TPP tinham anunciado a formação de uma coligação eleitoral em meados de novembro, mas dez dias depois romperam o pacto quando não chegaram a acordo sobre o candidato a presidente.

Os dois mandatos da atual presidente, Tsai Ing-wen, que não poderá candidatar-se a um terceiro mandato, foram marcados por tensões acrescidas com a China, especialmente desde o verão passado, por causa da visita a Taipé da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi.

Além disso, durante este período, Taiwan perdeu nove dos poucos aliados diplomáticos que lhe restavam, incluindo o Panamá, El Salvador, a República Dominicana, a Nicarágua e as Honduras.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

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By Impala News / Lusa

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