Extrema-direita portuguesa, francesa e alemã quer “outra Europa” sem burocratas

Os líderes de partidos de extrema-direita de Portugal, França e Alemanha defenderam hoje em Lisboa uma “outra Europa” sem burocratas, sublinhando que não são contra o conceito de um continente unido e apontando problemas migratórios e económicos.

Extrema-direita portuguesa, francesa e alemã quer

“Não somos contra a Europa. Somos contra esta Europa comunitária e é por gostarmos muito da Europa que queremos uma outra Europa, sem burocratas”, sublinhou Marine Le Pen, ex-presidente do Rassemblement National (RN) francesa, numa conferência de imprensa em Lisboa.

A ex-candidata presidencial francesa falava ladeada pelos líderes do partido português Chega, André Ventura, e da Alternativa para a Alemanha (AfD), Tino Chrupalla, que terminam hoje uma Assembleia Geral, em Lisboa, do Congresso da Identidade e Democracia (ID).

No mesmo tom se expressou o líder do partido alemão, que destacou os problemas associados às migrações, que estão a desencadear problemas económicos em muitos países europeus, bem como um aumento generalizado da inflação e uma desindustrialização, com a deslocalização das empresas europeias para a China.

“É uma política perigosa na Europa e tem de ser parada”, defendeu Chrupalla, secundado por Le Pen, que lembrou que a atual Europa, “a que está integrada na União Europeia [UE]” embarcou “num mundo de sanções e de ameaças”, algo que, defendeu, “está longe de constituir a unidade europeia”.

Nesse sentido, tanto Chrupalla como Le Pen defenderam novas políticas para a Europa, salientando a importância de as sondagens em vários países europeus, como o mais recente caso, este concreto, da vitória da extrema-direita nos Países Baixos, estarem a aproximar-se cada vez mais do poder.

O líder da AfD salientou também os casos mais recentes do crescimento do grupo Identidade e Democracia na Europa, como o caso italiano, com Giorgia Meloni, do partido Irmãos de Itália, e neerlandês, com a vitória eleitoral do Partido pela Liberdade (PVV, sigla em holandês), liderado por Geert Wilders, e ainda, noutro continente, o argentino, com a vitória do ultraliberal Javier Milei.

“Em Portugal, tal como noutros países europeus, a esquerda chegou ao fim do seu ciclo e terá agora de assumir as suas responsabilidades. Mais, a confiança em nós está a crescer, na Áustria, na Alemanha, na França, em Portugal as sondagens mostram que estamos a crescer e isso não acontece por acaso”, afirmou Le Pen.

“Os perigos que recaem nos nossos países são provocados pelos nossos dirigentes e pela atual UE. Temos de mudá-los para mudar a UE. Não há fatalidades na política”, acrescentou Chrupalla.

O líder da AfD defendeu a criação de uma “economia saudável de Lisboa a Vladivostoque”, pelo que a ID tem de se virar também para a Europa do Leste.

Sobre o Chega, terceiro maior partido em Portugal mas que não elegeu qualquer deputado ao Parlamento Europeu, Chrupalla e Le Pen manifestaram confiança de que, nas próximas eleições europeias, a 09 de junho, o partido liderado por André Ventura, entre no hemiciclo europeu para “fortalecer” o grupo Identidade e Democracia (ID) 

“Desejo ao Chega muito sucesso nas eleições [portuguesas antecipadas] de março [de 2024] e nas Europeias [de junho]”, declarou Le Pen, lembrando a importância da segunda votação, numa altura em que, disse, “a Europa tornou-se uma caricatura dela própria”.

“Temos de acolher o Chega no PE e todos aqueles que lutam pela Europa. Temos o problema das migrações, da segurança, dos desvios orçamentais. Temos de parar isto, temos de parar os muitos problemas financeiros. Temos de por fim a este problema. Queremos viver numa Europa de paz, de liberdade, queremos trabalhar com todos os nossos parceiros”, acrescentou Chrupalla.

 

JSD //APN

By Impala News / Lusa

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