Costa anuncia criação de autoridade nacional contra a violência no desporto

O primeiro-ministro anunciou a criação de autoridade nacional contra a violência no desporto, que permita às autoridades agir nas situações não contempladas pela lei.

Costa anuncia criação de autoridade nacional contra a violência no desporto

“É claro agora que é necessário reforçar as medidas e, designadamente, avançar para uma autoridade nacional contra a violência no desporto, que permita agir nestas situações, e não só naquelas em que a lei permite às autoridades administrativas agir”, avançou.

António Costa, que falou aos jornalistas à saída da reunião do Partido Socialista Europeu, em Sófia (Bulgária), referia-se aos atos de violência ocorridos na terça-feira na Academia do Sporting, em Alcochete, onde futebolistas e treinadores do clube foram agredidos.

O primeiro-ministro confirmou que vai propor uma autoridade nacional contra a violência no desporto para fazer face ao crescendo de violência “absolutamente intolerável” no desporto português.

Na terça-feira, cerca de 50 pessoas, de cara tapada, alegadamente adeptos ‘leoninos’, invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal de futebol, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic e membros da equipa técnica.

A equipa principal do Sporting cumpria o primeiro treino da semana, depois da derrota no terreno do Marítimo (2-1), que relegou a equipa para o terceiro lugar da I Liga, iniciando a preparação para a final da Taça de Portugal, no domingo, frente ao Desportivo das Aves.

Na sequência do ataque, a GNR deteve 23 suspeitos, apreendeu cinco viaturas ligeiras, vários artigos relacionados com os crimes e recolheu depoimentos de 36 pessoas, entre jogadores, equipa técnica, funcionários e vigilantes ao serviço do clube.

O Governo já repudiou os incidentes na Academia, que considerou atos de vandalismo e criminosos e o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se “vexado porque Portugal é uma potência, nomeadamente no futebol profissional, e vexado pela gravidade do que aconteceu”.

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