Chefes da diplomacia da UE debatem tensões no Mar Vermelho e acordo com Israel

Os chefes da diplomacia da União Europeia vão hoje debater as tensões no Mar Vermelho, ultimando detalhes da nova missão marítima para salvaguardar a navegação nesta rota, quando há também pedidos de suspensão do acordo de cooperação com Israel.

Chefes da diplomacia da UE debatem tensões no Mar Vermelho e acordo com Israel

Reunidos em Bruxelas numa altura de tensões prolongadas no Médio Oriente, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros (incluindo o ministro João Gomes Cravinho) vão debater o alargamento do conflito ao golfo do Oceano Índico entre África e Ásia e lançar oficialmente a missão marítima militar da União Europeia (UE) no Mar Vermelho, quando se registam bloqueios causados pelos ataques dos rebeldes Huthis iemenitas em retaliação pela guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

Segundo fontes europeias, esta missão será de natureza defensiva e não se prevê qualquer ataque terrestre aos rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão e que controlam grandes áreas do Iémen.

A reunião em Bruxelas surge numa altura em que a situação humanitária em Gaza “se agravou bastante e as tensões [geopolíticas entre Israel e a Palestina] se acentuaram”, admitiu um alto funcionário europeu.

Presente na capital belga estará a coordenadora principal das Nações Unidas para a Ajuda Humanitária e a Reconstrução em Gaza, Sigrid Kaag, para uma reunião informal com os chefes da diplomacia da UE.

Em cima da mesa neste Conselho de Negócios Estrangeiros estará, também, uma discussão sobre as relações da UE com Israel, nomeadamente quando a diplomacia comunitária equaciona uma eventual decisão sobre a possível suspensão de um acordo de cooperação com Telavive por causa da intervenção militar em Gaza.

Na passada quarta-feira, os primeiros-ministros de Espanha, Pedro Sánchez, e da Irlanda, Leo Varadkar, enviaram uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a pedir uma revisão do Acordo de Associação com Israel por causa da resposta militar na Faixa de Gaza contra o movimento islamita palestiniano Hamas, considerado pelos líderes dos executivos destes países, e não só, como desproporcionada.

Um dos pontos na ordem de trabalhos é, ainda, a guerra na Ucrânia causada pela invasão russa, com uma conversa informal por videoconferência com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

A reunião surge dias depois de, na sexta-feira passada, ter sido anunciada a morte na prisão do líder da oposição russa, Alexei Navalny.

Alexei Anatolievitch Navalny, 47 anos, era o principal opositor do regime do Presidente russo, Vladimir Putin.

ANE // SCA

By Impala News / Lusa

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