Candidato do Kuomintang apela a “via intermédia” para retomar diálogo com a China

O candidato à presidência de Taiwan pelo Kuomintang (Partido Nacionalista), Hou Yu-ih, sublinhou o seu empenho em retomar o diálogo com Pequim, optando por uma “via intermédia” entre a independência e a reunificação com o continente chinês

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“O futuro de Taiwan deve ser decidido pelos seus 23 milhões de habitantes. A via intermédia é a melhor e recorrerei ao diálogo para minimizar riscos”, declarou Hou Yu-ih, em conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros, acompanhado pelo seu candidato a vice-presidente, Jaw Shau-kong.

Durante a sua intervenção, o candidato do Kuomintang, partido que é mais favorável ao diálogo com Pequim, recordou a sua estratégia “3D” para preservar a paz no Estreito da Formosa: dissuasão, diálogo e desanuviamento.

“Começaremos pelo setor privado, pelos intercâmbios religiosos e pela possibilidade de os estudantes do continente estudarem aqui. Precisamos de começar com políticas suaves antes de passarmos a políticas de maior nível”, disse o presidente da Câmara de Nova Taipé, que excluiu, por enquanto, a possibilidade de se encontrar com o Presidente chinês, Xi Jinping.

Hou afirmou que não tem “ilusões” em relação à China, que considera a ilha uma província sua, e disse que está empenhado em aumentar o orçamento da Defesa e em melhorar as capacidades militares de Taiwan.

“Nenhum de nós tem ilusões irrealistas sobre as tensões com a China continental. Se as pessoas quiserem manter o ‘status quo’, nós apoiá-lo-emos”, afirmou Hou.

O candidato da oposição criticou o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), William Lai Ching-te, que acusou de apoiar a independência formal de Taiwan, uma proposta que aumenta as hipóteses de “guerra” com Pequim.

“Lai é um pragmático que defende a independência de Taiwan. Se ele for eleito, o risco é maior do que com qualquer outra pessoa e não nos podemos dar ao luxo de ter uma guerra. A paz deve ser a nossa única opção”, disse Hou, que também minimizou as alegadas tentativas de Pequim de interferir no resultado das eleições.

Mais de 19 milhões de taiwaneses estão aptos a votar nas eleições do próximo sábado, nas quais o candidato do Kuomintang vai competir com Lai e com o candidato do Partido do Povo de Taiwan, Ko Wen-je.

Hou e Ko negociaram durante meses a possibilidade de se apresentarem juntos às urnas, o que foi anulado no próprio dia das nomeações, uma vez que não conseguiram chegar a acordo sobre a candidatura presidencial.

De acordo com as últimas sondagens, Lai lidera a corrida presidencial com cerca de 35% do apoio, seguido de Hou, com 28%, e Ko, com outros 24%.

Taiwan – para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil – é governada de forma autónoma desde 1949, embora a China reivindique a soberania sobre a ilha, que considera uma província rebelde, e não exclua o uso da força para a “reunificação”.

 

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By Impala News / Lusa

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