PCP acusa deputados dos Açores de fazerem “jogatanas”

O líder nacional do PCP, Paulo Raimundo, acusou hoje os deputados à Assembleia Legislativa dos Açores de terem feito “jogatanas” durante a atual legislatura, privilegiando os seus interesses partidários em vez dos interesses de quem os elegeu.

PCP acusa deputados dos Açores de fazerem

“É preciso travar, de uma vez por todos, esta jogatana, daqueles que estiveram no governo e na Assembleia Regional dos Açores”, afirmou o dirigente comunista referindo-se aos partidos da coligação que governa os Açores (PSD/CDS-PP/PPM), mas também à Iniciativa Liberal e ao Chega, que lhe deram apoio parlamentar.

Paulo Raimundo, que termina hoje a visita ao arquipélago, falava durante um almoço-convívio na cidade da Horta, ilha do Faial, onde aproveitou para marcar presença na campanha eleitoral para as eleições regionais antecipadas de 04 de fevereiro, que hoje arrancou na região.

Na altura, acusou também os partidos que estavam no executivo, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, de se terem “arrumado”, mas não para resolver os problemas dos açorianos.

“Arrumaram-se em função dos seus interesses! E o PS desertou ao combate que era preciso travar, o PS pôs-se fora do combate, tal e qual como o Bloco de Esquerda e o PAN, que tinham lá deputados”, recordou o líder nacional dos comunistas, que insiste na necessidade de se “alterar a correlação de forças” no parlamento açoriano, voltando a eleger deputados da CDU.

Paulo Raimundo lembrou que as eleições de 04 de fevereiro vão realizar-se “numa altura em que ninguém estava à espera”, uma vez que ocorrem devido ao chumbo do orçamento regional para 2024, mas defende que os açorianos devem “aproveitar esta grande oportunidade” para fazer regressar a CDU à Assembleia Regional.

“A CDU vai crescer, vai ter mais votos, vai ter mais percentagem e vai ter deputados eleitos na Assembleia Regional, porque a CDU fez falta e a CDU faz falta”, insistiu, lembrando que só dessa forma é possível aumentar salários e pensões, resolver os problemas habitacionais e melhorar o acesso ao Serviço Regional de Saúde.

O dirigente comunista acusou ainda os deputados ao parlamento regional de terem feito muito pouco para resolverem os problemas dos açorianos.

Nesse sentido, questionou o que fizeram 57 deputados durante três anos, “que propostas levaram, que denúncias fizeram, que soluções apresentaram?”, respondendo de imediato: “Praticamente zero! Passaram horas em trocas de galhardetes, em encenações, em teatros, em jogos de poder, que não tinha nada a ver com a vida de cada um de nós”.

Sem se referir a nenhum partido em concreto, o líder nacional dos comunistas garantiu também que nenhum dos compromissos assumidos pela CDU para as eleições de 04 de fevereiro “serão traídos” e todas as promessas feitas pela Coligação Democrática Unitária “serão cumpridas”.

“Todas as promessas que fazemos, todos os compromissos que assumimos, são para levar até ao fim e esta é a garantia de que todos e cada um do povo açoriano tem, com a segurança de que aquilo que dizemos hoje, é aquilo que faremos amanhã”, prometeu.

Paulo Raimundo garantiu ainda que o seu partido irá combater a corrupção, as negociatas e o compadrio nos grandes negócios, dando como exemplo, a privatização da Azores Air Lines, processo que considera ser necessário travar.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

RF // MCL

By Impala News / Lusa

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