Wall Street fecha em baixa após novos dados sobre o emprego nos EUA

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa e o Dow Jones Industrial, o principal indicador, caiu 0,18%, após a divulgação dos dados sobre o emprego nos Estados Unidos, relativos a fevereiro, que mostram um abrandamento da economia norte-americana.

Wall Street fecha em baixa após novos dados sobre o emprego nos EUA

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones cedeu 0,18%, o tecnológico Nasdaq recuou 1,16% e o alargado S&P500 perdeu 0,65%.

“Acho que o mercado está sobreaquecido. Os investidores empolgaram-se e precisamos de uma pausa”, referiu Sam Stovall, da CFRA.

Como um sinal de que a maré pode ter virado, o ‘meteoro’ de Wall Street Nvidia viveu a pior sessão da sua história recente e caiu 5,55%, após seis dias consecutivos positivos na bolsa.

O grupo Santa Clara, elogiado pela popularidade da chamada inteligência artificial generativa (IA), viu eliminados quase 130 mil milhões de dólares em capitalização de mercado esta sexta-feira.

A maioria dos outros gigantes da tecnologia também foram afetados, seja Meta (-1,22%), AMD (-1,89%) ou Tesla (-1,85%).

A sessão foi uma oportunidade para um reposicionamento, que beneficiou a Apple (+1,02%) e a Alphabet (+0,78%).

De uma forma geral, “estamos a assistir a uma rotação, que penaliza os valores mais populares até agora”, frisou Sam Stovall.

O movimento beneficia particularmente os chamados valores defensivos, ou seja, teoricamente menos sensíveis à situação económica.

A fabricante de equipamentos desportivos Nike (+0,99%), o grupo de alimentos Kraft Heinz (+0,99%) e a operadora de cabo Comcast (+2,01%) foram todos procurados.

Na mesma linha, o setor médico também foi popular, da Gilead (+1,98%) à Pfizer (+1,68%), via Moderna (+3,57%), bem como a banca industrial, com Morgan Stanley (+1,04) e JPMorgan Perseguição (+0,19%).

Esta valorização em ações consideradas menos voláteis foi também encorajada pela impressão deixada pelo relatório mensal sobre o emprego americano, hoje publicado, que retratou um mercado de trabalho menos dinâmico.

Mais do que as 275 mil criações de emprego nos Estados Unidos em fevereiro, face aos apenas 200 mil esperados pelos economistas, os operadores centraram a sua atenção em vários outros dados do relatório.

Destacaram em particular o aumento da taxa de desemprego, para 3,9% face aos 3,7% de janeiro, bem como a revisão em baixa de mais de um terço do valor da criação de emprego de janeiro.

“Este relatório sugere que o Fed (banco central norte-americano) pode definir com calma o objetivo de um primeiro corte nas taxas em junho”, destacou Quincy Krosby, da LPL Financial.

O rendimento dos títulos do governo dos EUA a 2 anos, refletindo as expectativas do mercado em termos de política monetária, caiu para 4,47%, em comparação com 4,50% no fecho do dia anterior.

Por setores, os maiores ganhos foram no setor imobiliário (1,13%) e na energia (0,39%), enquanto as maiores perdas foram registadas no setor de tecnologia (-1,84%).

Entre as 30 empresas listadas no Dow Jones, destacaram-se as quedas da Intel (-4,66%) e da Boeing (-2,24%) e as altas da 3M (1,28%) e da Cisco (0,6%).

DMC // RBF

By Impala News / Lusa

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