Detido quarto homem envolvido no tiroteio na Holanda

O tiroteio ocorreu na cidade de Utrecht, na Holanda, e provocou três mortos. A polícia confirmou a detenção de um quarto homem envolvido no ataque.

Pelo menos três pessoas morreram e cinco ficaram feridas, três em estado grave, na sequência de um tiroteio dentro de um eléctrico, esta segunda-feira, 18 de março, numa estação de transportes em Utrecht, na Holanda, confirma a polícia local. Nas redes socais, as autoridades falam de uma ocorrência com tiros e apontam para várias pessoas com ferimentos.

A polícia holandesa já confirmou a detenção de um quarto suspeito envolvido no tiroteio. O indivíduo em causa tem 40 anos e foi detido esta terça-feira. Outros dois homens tinham sido detidos, mas foram entretanto libertados. O principal suspeito, Gokmen Tanis, de 37 anos, permanece sob custódia policial.

A Secretaria de Estado das Comunidades adiantou ao Notícias ao Minuto que não há registo de vítimas de nacionalidade portuguesa. Os motivos que levaram ao ataque – terrorismo ou confronto familiar – ainda estão por esclarecer. A polícia não descarta a hipótese de terrorismo devido a uma nota encontrada no carro do suspeito.

Gokmen Tanis: A primeira detenção

Por volta das 17h30 (18h30 na Holanda) o suspeito identificado pela polícia foi detido, avançaram as próprias autoridades a meio de uma conferência de imprensa. O homem turco, de 37 anos, é o principal suspeito de ter baleado mortalmente três pessoas. De acordo com os média locais, o suspeito tem cadastro criminal por pequeno furtos e por uma acusação de violação. Após a detenção, o nível de ameaça terrorista baixou imediatamente para nível quatro, numa escala de cinco, declara o Coordenador Nacional de Antiterrorismo, nas redes sociais. Quando o suspeito estava em fuga o nível de ameaça estava previsto manter-se no mais elevado até às 22h00 desta segunda-feira.

Contudo, a agência noticiosa turca  Anadolul avançou, por volta das 16h00, que o atacante disparou inicialmente contra um familiar no eléctrico e que, depois, atingiu aqueles que tentaram ajudar a vítima. O porta-voz da polícia já referiu que ainda não há total certeza de que o episódio tenha sido um ataque terrorista e que a hipótese de ter sido um «incidente doméstico» não é descartada.

Primeiro-ministro volta a falar sobre ataque e deixa mensagem: «Nunca partiremos para a intolerância»

Mark Rutte, o primeiro-ministro holandês reagiu logo de manhã ao tiroteio que tirou a vida a pelo menos três pessoas. Pela parte da tarde, o representante holandês voltou a dirigir-se à população e comentou a forte possibilidade de a ocorrência ter sido um ato de terrorismo. «Se se confirmar que este é um ato terrorista, há uma resposta: o nosso Estado de Direito é mais forte do que o fanatismo e a violência. Nunca partiremos para a intolerância», garante Mark Rutte destacando que o país «está atualmente assustado com um ataque em Utrecht».

Um dos suspeitos identificados pela polícia tem 37 anos e é de origem turca

No início da tarde desta segunda-feira, a polícia holandesa divulgou a imagem de um dos suspeitos, que viria a ser detido mais tarde, através do Twitter. «A polícia pede informações de um homem de 37 anos de idade Gökman Tanis (nascido na Turquia) por suspeita de ligação ao incidente desta manhã. Não se aproxime dele», pode ler-se na publicação.  De acordo com a comunicação social, o irmão do suspeito já foi interrogado pelas autoridades.

«Assumimos que foi terrorismo», declara presidente da câmara de Utrecht

Horas após o alerta do ataque no eléctrico às autoridades, a Agência Nacional de Segurança e Antiterrorismo (NCTV), revelou que houve mais que um tiroteio na referida cidade e que estes ataques podiam tratar-se de um ato «potencialmente terrorista». «Houve tiroteios esta manhã em Utrecht em vários lugares», disse o diretor da NCTV, Pieter-Jaap Aalbersberg, numa conferência de imprensa em Haia.

O presidente da Câmara de Utrecht, Jan van Zanen, publicou no Twitter a confirmação desta primeira suspeição: «Assumimos que foi terrorismo», declara o autarca.

«Os nossos pensamentos estão com os seus familiares e com todos os que testemunharam esta situação realmente horrível», disse Jan van Zanen, acrescentando que tudo estava a ser feito para encontrar os suspeitos.

O presidente da Câmara conclui recordando a população que deve permanecer dentro de casa até serem prestadas mais informações por parte das autoridades. «Não podemos excluir que novos incidentes possam vir a ocorrer, para que seja possível à polícia fazer o seu trabalho e principalmente para termos paz de espírito na nossa cidade e arredores, relembramos que toda a população é aconselhada a ficar dentro de casa até novo aviso».

Utrecht: Uma cidade em alerta máximo

De acordo com a emissora holandesa NOS, a polícia cercou um prédio onde se acredita que esteja um suspeito do ataque. «Vários tiros foram disparados num eléctrico e várias pessoas ficaram feridas. Helicópteros estão no local e nenhuma prisão foi feita», disse o porta-voz da polícia, Joost Lanshage no final da manhã desta segunda-feira.

A polícia e uma unidade anti-terrorismo estão no local, onde estabelecer desde o primeiro momento um perímetro de segurança. O alerta foi dado às 10h45 locais (9h45 em Lisboa). A paragem de transportes em questão é na 24 Oktoberplein, foi evacuada e o trânsito encontra-se interdito naquele zona. Helicópteros estão a sobrevoar a cidade, que se encontra em alerta máximo.

Há ainda a informação de que as escolas foram encerradas e a segurança em mesquitas, nos aeroportos e na sede do Governo aumentada. As autoridades pedem também à população que evitem zonas perto do tiroteio. Mark Rutte, o primeiro-ministro holandês já falou sobre o tiroteio afirmando estar «profundamente preocupado». O coordenador dos serviços de antiterrorismo do deixou uma mensagem no Twitter, informando que uma equipa de crise estava a reunir-se para discutir a situação.

Testemunhas falam de quatro homens e uma palavra: ‘Allahu Akbar’ [‘Deus é grande’]

Vários testemunhos têm sido prestados à comunicação social holandesa, nas últimas horas. Nestes relatos, testemunhas garantem que um homem terá aberto fogo no eléctrico e fugido de seguida. No entanto, o alegado atirador não estaria sozinho no momento do ataque. Várias pessoas contam que o atacante estava acompanhado de mais três homens. O grupo, que terá realizado vários disparos em diferentes locais da cidade, tinha pelo menos duas armas e terá gritado ‘Allahu Akbar’ [‘Deus é grande’] antes do tiroteio no eléctrico, garantem as testemunhas. Outras pessoas entrevistadas também adiantam que dois destes homens roubaram um Renault Clio e que os restantes dois fugiram a pé.

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