«Situação insustentável». Atores repudiam atrasos nos apoios às artes

Albano Jerónimo, Beatriz Batarda, Inês Castelo Branco, Isabel Abreu, Jani Zhao, Joana de Verona, José Raposo, Margarida Vila Nova, Maria ou Sandra Faleiro, são alguns dos nomes dos mais de 500 reunidos em apenas 24 horas num comunicado que crítica veemente o atual estado de precariedade nas artes.

«Situação insustentável». Atores repudiam atrasos nos apoios às artes

Albano Jerónimo, António Durães, Beatriz Batarda, Carla Galvão, Carla Maciel, Cristina Carvalhal, Inês Castelo Branco, Isabel Abreu, Jani Zhao, Joana de Verona, José Raposo, Manuel Wiborg, Margarida Vila Nova, Maria João Abreu, Rita Cabaço, Sandra Faleiro, Sara Barros Leitão, Sara Carinhas e Vera Wiborg somam-se a mais de 500 nomes reunidos em apenas 24 horas num comunicado que crítica veemente o atual estado de precariedade nas artes.

«Somos actores, fazemos teatro, rádio, locuções, televisão, cinema. Muitos de nós somos licenciados por uma das Escolas Superiores. E fazemos teatro em condições cada vez mais precárias: sem contrato, a recibo verde, sem previsão, muitos de nós com vencimentos em atraso. Mesmo quando nos apresentamos em teatros de grande reputação», começa por dizer o grupo de atores que subscrevem um extenso comunicado que critica os atrasos do Governo no apoios públicos às artes.

«A situação de sub-contratação em que quase todos nos encontramos é insustentável. Dependemos de pequenas estruturas de produção com quem gostamos de trabalhar mas que nos últimos anos têm vindo a ser insistentemente subalternizadas. Aguardámos com esperança esta nova Secretaria de Estado da Cultura», escrevem, referindo-se ao Governo de António Costa.

«Aguardámos, na nossa precariedade, que o ano de 2017 servisse para uma remodelação efectiva dos apoios às artes. Continuámos em 2017 a mesma situação de miséria que se instalou no quadriénio anterior. E nada sabemos sobre 2018, 2019 a não ser que não temos vencimentos “por agora”», lê-se, numa dura crítica ao processo de reformulação do modelo de apoio às artes. O primeiro ano abrangido pelo concurso iniciou-se há quase três mesmos e os candidatos prosseguem sem respostas.

Numa massificação da classe sem precedentes, declaram que «após um ano de estudos dos concursos de apoio às artes», os atrasos permanecem.

«Continuamos dependentes de concursos que atrofiam estruturas e que impedem a contratação de profissionais ou o assegurar remunerações dignas pelo trabalho dos seus artistas. Passados três meses do início deste ano, e tendo as candidaturas aos apoios da Dgartes terminado em Novembro de 2017, continuamos sem conhecer os resultados da avaliação do jurí», afirmam.

«Como sobrevivem estruturas e artistas nestes meses? Como se asseguram produções e compromissos com terceiros? De que forma podemos nós assumir compromissos profissionais com entidades que não nos dão garantias?  Somos actores, e a maior parte de nós passará o ano de 2018 sem trabalho, com ordenados em atraso constante ou com remunerações muito baixas. Gostávamos de conseguir fazer teatro este ano».

Já em dezembro de 2017 Miguel Lobo Antunes, num artigo de opinião no Público, escrevia que o «regime é o contrário do que deveria ser, inutilmente complicado e obscuro».

Impala Instagram


RELACIONADOS