Mais de 20% das famílias cabo-verdianas tinham apenas uma pessoa em 2022

Mais de 20% das famílias cabo-verdianas eram constituídas por apenas um indivíduo e 91,1% tinham acesso a eletricidade, segundo o relatório IMC 2022 sobre estatísticas das condições de vida dos agregados familiares, consultado hoje pela Lusa.

Mais de 20% das famílias cabo-verdianas tinham apenas uma pessoa em 2022

De acordo com o estudo do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) de Cabo Verde, 22,5% dos agregados familiares, em 2022, “eram agregados conjugais nucleares”, constituídos pelo representante, o respetivo cônjuge e filhos e/ou enteados, enquanto os agregados unipessoais, de um só indivíduo, correspondiam a 20,2% do total.

Os agregados monoparentais nucleares, constituídos pelo representante, o respetivo cônjuge, os filhos e/ou enteados, representavam 16,8% de todos os agregados do país.

Segundo o INE, o Inquérito Multiobjetivo Contínuo (IMC) 2022 foi realizado a partir de uma amostra de 9.918 agregados familiares, “selecionada de forma aleatória e independente dentro de cada concelho, respeitando a representatividade a nível nacional, por meio de residência e para os 22 concelhos”.

“A amostra apresenta um nível de confiança de 90%, para uma precisão relativa de 10%. A amostra, quando ponderada, traduz-se num total de 399.074 indivíduos distribuídos em 147.984 agregados familiares, a nível nacional”, acrescenta.

O estudo estima uma população residente em Cabo Verde em 2022 de 491.233 indivíduos, distribuídos por 147.984 agregados familiares, com uma dimensão média de 3,4 pessoas por cada. Em termos de distribuição da população por sexo, 52,6% eram mulheres e 47,4% homens.

“A população de Cabo Verde continuava jovem, com cerca de 28,2% da população total a ter menos de 15 anos e 16,5% entre 15 a 24 anos. A população idosa (65 anos ou mais) representava 6,7% da população total em 2022”, refere igualmente o estudo.

Os agregados familiares cabo-verdianos “habitavam, na sua grande maioria, em alojamentos clássicos”, equivalente a 99,4%, e principalmente em moradias independentes (74,4%). Viviam em apartamentos 25,0% dos agregados e somente 0,6% habitavam em alojamentos familiares não clássicos, “como barracas, alojamentos móveis, improvisados em edifícios não destinados à habitação”.

A percentagem de agregados familiares que habitavam em alojamentos com eletricidade foi estimada em 91,1% em 2022, apresentando “algumas discrepâncias entre o meio urbano e o rural”. Este indicador foi mais favorável no meio urbano, com 92,1%, contra 87,5% no meio rural e na ausência de rede de eletricidade, “7,3% dos agregados familiares usaram velas como a principal fonte de iluminação, sendo esta proporção maior no meio rural, 10,3 %, contra 6,4% no meio urbano”.

Já 73,8% dos agregados familiares residiam em alojamentos com acesso a água canalizada, com ligação à rede pública de distribuição. A água canalizada foi a principal fonte de abastecimento da população (71,8%), enquanto 8,1% recorreu à “casa de vizinhos”, 9,8% através de autotanques, 6,6% em chafarizes e 3,6% a outras fontes, como furos, poços, levadas ou nascentes.

“No que concerne ao saneamento, os resultados de 2022 revelaram que 86,1% dos agregados familiares possuíam sanitas/retretes no alojamento, sendo que 51,7% das sanitas/retretes estavam ligadas a fossas séticas e 32,9% à rede pública de esgoto”, aponta igualmente o estudo do INE.

A taxa de alfabetização foi outro indicador analisado pelo estudo, que concluiu que no ano passado 87,4% das pessoas acima dos 15 anos sabiam ler e escrever.

PVJ // LFS

By Impala News / Lusa

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