Estudantes de Direito de Coimbra contestam fim das provas de oral de passagem

Os estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra mostraram-se hoje contra a proposta de alteração ao regulamento do curso, que pretende acabar com as provas de oral de passagem da época normal de exames.

Estudantes de Direito de Coimbra contestam fim das provas de oral de passagem

“A oral de passagem é essencial para os estudantes. Os estudantes não compreendem como é que um expediente de avaliação tão importante na nossa faculdade pode vir a ser retirado da época normal de exames”, destacou a vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Direito da Associação Académica de Coimbra (NED/AAC).

Em declarações à agência Lusa, Joana Marta explicou que a direção da Faculdade de Direito transmitiu aos estudantes, em novembro, que “estava na iminência de ser aprovado o término das orais de passagem de época normal, já no próximo ano letivo de 2024/2025”.

“Disseram-nos que só faltava a votação em Assembleia de Faculdade”, acrescentou.

O Núcleo de Estudantes de Direito da Associação Académica de Coimbra (NED/AAC) convocou para a tarde de hoje uma manifestação estudantil, com início na Porta Férrea da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e fim no Colégio da Trindade, que serve para contestar a proposta de alteração ao regulamento do curso da Licenciatura de Direito.

Esta alteração prevê acabar com as provas de oral de passagem enquanto método avaliativo relativo à época normal de exames, o que a comunidade estudantil considera ser prejudicial para o funcionamento da avaliação dos cursos de Direito e de Direito Luso-Brasileiro.

No entender da vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Direito da Associação Académica de Coimbra (NED/AAC), as orais de passagem são “efetivamente uma forma de os estudantes fazerem cadeiras e de terem aprovação nas unidades curriculares”.

“Temos taxas de reprovação altíssimas em algumas cadeiras, por exemplo, no ano letivo 2022/2023, em 150 alunos, 89 chumbaram na cadeira de Teoria Geral do Direito Civil II, na época normal. Desses 60% de reprovações, os alunos com oito ou nove foram a oral de passagem e houve uma taxa de aprovação na ordem dos 80%”, evidenciou.

Segundo a estudante, no final do protesto será entregue um documento reivindicativo à direção da Faculdade de Direito e, posteriormente, à reitoria da Universidade de Coimbra.

Contactado pela agência Lusa, o diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Jónatas Machado, esclareceu que esta proposta, que poderá ser aprovada pela Assembleia da Faculdade, a eleger durante o mês de dezembro, só irá aplicar-se a alunos que venham a frequentar o curso a partir do ano letivo de 2024/2025.

“A recomendação que a Faculdade de Direito fará a essa Assembleia, e já disse isso aos alunos, é que as regras se venham a aplicar apenas a futuros alunos. Ou seja, não se vão aplicar a nenhum destes alunos em protesto”, vincou.

Para o diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, ter aulas e exames ao mesmo tempo é “uma situação anómala para os alunos, para os professores e para os funcionários da administração escolar”.

“Ter aulas e exames ao mesmo tempo não é pedagogicamente e academicamente aceitável. É uma situação que considero anómala, por causa das muitas orais que se fazem, em todas as disciplinas e em todas as épocas, com os alunos a terem aulas do segundo semestre e orais ainda do primeiro semestre”, concluiu.

CMM // SSS

By Impala News / Lusa

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