Costa defende que investimento na mobilidade urbana “é absolutamente crítico”

O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje que o investimento na mobilidade urbana “é absolutamente crítico”, lembrando que o país tem menos de 50 anos para se preparar para cidades sem automóveis.

Costa defende que investimento na mobilidade urbana

“É evidente que o investimento na ferrovia é crucial para o conjunto do país, mas o investimento na mobilidade urbana é absolutamente crítico”, afirmou António Costa, na cerimónia de consignação da empreitada da Linha Rubi do Metro do Porto.

Destacando que as cidades precisaram de cerca de 50 anos para se adaptarem ao automóvel, o líder do executivo lembrou que o país “têm muito menos de 50 anos” para se preparar para cidades sem automóveis.

“Isso significa investir, cada vez mais, em modos alternativos de mobilidade e, em particular, no transporte público”, considerou, destacando, no entanto, que a transição não pode deixar ninguém para trás.

“Para que isso aconteça é fundamental reduzir o custo, para que a deslocação continue a ser acessível, é por isso que o transporte público de qualidade nos permite reinventar a cidade, reinventar a deslocação nas Áreas Metropolitanas sem excluir ninguém”, acrescentou.

Relativamente à linha Rubi, que ligará Santo Ovídio à Casa da Música através de uma nova ponte, António Costa agradeceu aos municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) pela forma “como agarraram este desafio”, que reconheceu “não ser fácil”.

“Obras de metropolitano são ótimas quando estão concluídas e se faz a inauguração, até ao dia da inauguração são só dores de cabeça”, afirmou, destacando que a nova ponte sobre o Douro é “uma peça de engenharia extraordinária”, ainda que venha a ser um “corpo estranho”.

“As pontes são sempre corpos estranhos no desenho que a natureza fez”, observou o primeiro-ministro, agradecendo ao presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, por “aceitar o desafio de acolher este corpo estranho” na sua cidade.

“Não deixará de ser um implante que se crava na carne da cidade”, acrescentou.

António Costa saudou também o trabalho desenvolvido pela Metro do Porto e lembrou que a obra, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tem de estar concluída “até às 24 horas de 31 de dezembro de 2026”.

Também presente da cerimónia, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, destacou que esta é “uma linha muito especial” pelas características, ligações, túneis, novas estações e pela nova ponte.

“É um eixo fundamental”, afirmou o ministro, considerando também a linha “uma enorme centralidade” na região Norte e a nova ponte sob o rio Douro “das poucas” no país destinada à circulação metropolitana e de modos suaves.

“A política de mobilidade sustentável não é um acessório nem é um capricho, é um compromisso central deste Governo e do nosso país”, reforçou Duarte Cordeiro, lembrando que só com mobilidade coletiva será possível “cumprir os ambiciosos objetivos ambientais”.

Duarte Cordeiro destacou ainda que a energia “deixou de ser o setor que mais pesa nas emissões”, passando agora esse posto a ser ocupado pela mobilidade.

“Para atingirmos os objetivos da neutralidade carbónica temos que necessariamente prosseguir este caminho do investimento na mobilidade”, acrescentou.

O contrato para a construção da Linha Rubi do Metro do Porto foi assinado com consórcio Alberto Couto Alves (ACA), FCC Construcción e Contratas y Ventas em 03 de novembro, por mais de 379,5 milhões de euros.

Em 20 de dezembro, o Tribunal de Contas concedeu visto prévio ao contrato de construção da Linha Rubi, disse fonte da empresa à Lusa.

O valor global de investimento da Linha Rubi (Casa da Música – Santo Ovídio, incluindo nova ponte sobre o rio Douro) é de 435 milhões, um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o rio Douro, que será exclusivamente reservada ao metro e à circulação pedonal e de bicicletas.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.

A empreitada tem de estar concluída até ao final de 2026.

SPC/JE// JPS

By Impala News / Lusa

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