Alimento processado feito com comida perto do prazo de validade causa polémica no Brasil

Um suplemento alimentar para combater a fome, lançado na semana passada pelo presidente da câmara de São Paulo, João Dória, tem causado uma grande polémica no Brasil.

Alimento processado feito com comida perto do prazo de validade causa polémica no Brasil

Um suplemento alimentar para combater a fome, lançado na semana passada pelo presidente da câmara de São Paulo, João Dória, tem causado uma grande polémica no Brasil.

O produto, feito a partir do processamento de alimentos perto do final do prazo de validade inicialmente apresentado na forma de bolinhas cujo aspeto se assemelhava ao de uma ração para animais, reacendeu o debate sobre políticas de combate à fome e se tornou alvo de debates acalorados entre especialistas e populares nas redes sociais.

A porta-voz do Conselho Regional de Nutrição de São Paulo, Vivian Zollar, disse à agência France Presse que a distribuição deste tipo de alimento “requer uma discussão aprofundada, inclusive com a sociedade civil.”

“E quando oferecemos este alimento para uma pessoa de baixa renda [baixo rendimento] ainda estamos aprofundando as desigualdades sociais”, completou ela.

Na segunda-feira, o mesmo Conselho considerou que o alimento representa “um declínio em relação aos progressos realizados nas últimas décadas no campo da segurança alimentar”.

Para minimizar a repercussão controversa da medida, João Dória – que pode ser candidato nas presidenciais do Brasil em 2018 – convocou uma conferência de imprensa na quarta-feira e reapresentou o produto em formas menos ofensivas – esparguete, farinha ou biscoitos.

O presidente da câmara confirmou que o produto será distribuído em escolas e centros de acolhimento para sem-abrigo e o descreveu como um “alimento da felicidade” para os mais desfavorecidos de São Paulo.

O cardeal de São Paulo, Odilo Scherer, que estava ao lado de João Dória na conferência de imprensa disse que ficou chocado quando ouviu que o produto era comida para cães.

Para provar isso, o cardeal comeu um pão feito do produto, enquanto pedia que o debate fosse “despolitizado”.

Além de despertar opiniões controversas, o caso também despertou o interesse da Justiça brasileira.

O Ministério Público de São Paulo anunciou hoje que instaurou procedimento para investigar o uso do produto na alimentação das crianças da rede municipal de ensino e nos Centros de Acolhida para população em situação de rua.

 

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