Ana Julia pede perdão à mãe: «Peço desculpa e perdão a todo o povo espanhol»

A Estação de televisão Antena 3 teve acesso à primeira chamada que Ana Julia Quezada, a mulher que confessou ter matado Gabriel, fez quando foi detida

A estação de televisão espanhola Antena 3 teve acesso à primeira chamada telefónica a partir da prisão de Ana Julia Quezada, a mulher detida desde 15 de março suspeita de ter matado o enteado de oito anos, Gabriel Cruz.

A madrasta de 43 anos, natural da Republica dominicana, encontra-se detida na prisão de Acebuche, em Almería, Espanha. Ana Julia, que acabou por confessar ter matado o menor dois dias após a sua detenção, utilizou o direito de fazer uma primeira chamada telefónica para falar com a própria mãe, que ainda vive na Republica Dominicana.

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Nesta chamada, a alegada homicida confessa ter-se metido «num problema enorme» e pede perdão ao povo espanhol, ao dominicano, a Deus e à sua mãe. No final da chamada, a progenitora de Ana Julia relembra a filha de que só Deus a pode perdoar.

Transcrição da chamada telefónica cedida pela Antena 3:

Ana Julia: Mãe, a sua bênção, mãe.

Mãe: Rapariga, que diabo… Que fizeste tu? Foste levada…. Pelo diabo, que entrou na cabeça.

Ana Julia: Ai, mãe! Ai, mãe! Meti-a num problema enorme, peço desculpa e perdão a todo o povo espanhol e ao dominicano e a si, em especial à minha família, que desonrei o meu nome.

Mãe: Ouve, com o que tu fizeste, atiraste o nosso nome para a lama mas que seja Deus a perdoar-te.

Ana Julia: Ai, mãe! Meti-te num problema enorme, mãe, peço perdão a Deus e a toda a gente, mãe. Estou muito… Tenho muitos problemas, mãe! 

Madrasta abre cova antes do crime

No auto de prisão da mulher de 43 anos de origem dominicana, o juiz envolvido na decisão, Rafael Soriano revela que Ana Julia abriu uma cova «prévia» ao crime, sugerindo que o homicídio foi premeditado.

«É inquestionável a participação da arguida Ana Julia Quezada na morte do menor», pode ler-se no auto de prisão.

De acordo com o El País, também está descrito que a madrasta elaborou um «plano criminal macabro», antes de ter assassinado a criança. Ana Julia terá planeado como mataria o menor e como escaparia impune às autoridades.

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A história contada por Ana Julia, nomeadamente, que encontrou Gabriel, que discutiram e que, de seguida, atacou-o com o machado em legitima defesa, foi toda uma narrativa inventada pela criminosa para não ser responsabilizada pela morte de Gabriel. No entanto, em tribunal esta versão foi descartada com base nas provas recolhidas.

O auto ainda assegura que foi a madrasta de Gabriel quem colocou «a camisola no terreno», onde estavam a decorrer as buscas. Ana Julia teria com objectivo «despistar os agentes de autoridade», para poder transportar o cadáver e deixar a polícia a procurar intensamente naquele terreno.

«A arguida aproveitou um momento em que sabia que ia estar sozinha com o menino para o matar».

Ana Julia afirma que atacou Gabriel com um machado em legítima defesa

Passados dois dias do corpo de Gabriel Cruz ter sido encontrado na mala do carro de Ana Julia, a madrasta confessou ter matado o menino de oito anos na passada terça-feira, dia 13 de março.

De acordo com os órgãos de comunicação social espanhóis, a mulher natural da Republica Dominicana explicou às autoridades que, após ter encontrado a criança a dirigir-se para casa dos primos, abordo-a e que começaram a discutir. De seguida, Ana Julia garante que o menino de oito anos pegou num machado e tentou agredi-la. A mulher tirou-lhe o machado das mãos e golpeou-o com a «parte romba» do objecto.

Ana Julia ainda acrescentou que o golpe foi forte mas que não tinha a intenção de magoar a criança. No entanto, depois de ter deixado Gabriel inconsciente com o golpe de machado, a mulher terá estrangulado a criança até à morte. O relatório da autópsia ao corpo do menor confirmou que este tinha morrido por asfixia.

Autoridades suspeitam que Ana Julia esteja a declarar ter agido em legitima defesa para atenuar a pena.

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