Adoções da IURD: «Disseram-me que a menina tinha morrido. E eu acreditei»

Ricardo Campos achava que a filha estava morta. Afinal, Raquel tinha sido dada ao bispo João Luiz Urbaneja e à mulher, que viviam no Brasil.

Adoções da IURD: «Disseram-me que a menina tinha morrido. E eu acreditei»

Ricardo Campos, taxista de profissão, pensava que a filha Raquel tinha morrido há 23 anos. Passadas duas décadas, Ricardo descobriu que afinal a sua filha estava viva e que tinha sido levada para o Brasil pelo bispo João Luiz Urbaneja e à mulher.

«Eu era toxicodependente e estava a fazer um tratamento de desintoxicação quando a minha filha nasceu. Quando regressei a casa a minha ex-mulher disse-me que a menina tinha morrido, que estava em paz e sossego. E eu acreditei», começou por explicar Ricardo ao Correio da Manhã.

Ricardo garante que nunca assinou nenhum papel nem recebeu dinheiro

Chamado a prestar declarações ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) em Lisboa, Ricardo pediu para ser realizado um teste de paternidade, para não sobrarem dúvidas sobre o vinculo biológico entre ele e Raquel.

«Para mim faz-se justiça quando se descobrir toda a verdade, não quero mais nada. Quero ver a minha filha e dar-lhe um beijinho. Privaram-me o direito de ser pai desta filha.»

Ricardo revelou que descobriu que a sua filha estava viva através de um pastor da IURD que lhe contou a verdade. O taxista acrescenta que confrontou a ex-mulher e que esta ficou «muito aflita».

«Eu e a Milena [ex-mulher] viviamos mal e, quando regressei a casa [da clínica de reabilitação], ela estava bem. Já era secretária do bispo e ficou ao lado dele ao longo de vários anos.»

Filha vive no Brasil

Ricardo diz já ter tentado contactar a filha, mas nunca obteve qualquer resposta de Raquel. A jovem está registada como filha do bispo João Luiz e da mulher Eliane.

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