Rosa Grilo e Diana Fialho em Tires com 134 infetados com covid-19

Rosa Grilo, Diana Fialho, Maria Malveiro e Mariana Fonseca são as reclusas ‘mediáticas’ que estão detidas em Tires. As quatro, todas envolvidas em processos de homicídios, aguardam ainda pelo resultado dos respetivos testes.

Rosa Grilo e Diana Fialho em Tires com 134 infetados com covid-19

Existem 134 infetados com covid-19 na cadeia de Tires, onde está Rosa Grilo e Diana Fialho. As homicidas estão em isolamento e a aguardar o resultado do teste.

O Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNGP) disse ao Correio da Manhã que existem 134 pessoas infetadas com a doença, após o terceiro dia de testes de despistagem ao víruas naquela cadeia.

Jorge Alves, presidente do SNGP, explicou que estão infetadas com o novo coronavirus 128 reclusas (124 descobertas nos últimos dias de testes e outras quatro foram transferidas para o hospital prisional de caxias e para a cadeia de Santa Cruz do Bispo, no Porto) e ainda seis guardas prisionais. “Há ainda 36 guardas que estão em confinamento”, acrescentou o dirigente sindical.

Devido a este surto, tiveram de ser chamados pelo menos seis guardas da cadeia do Linhó para vigiar um pavilhão da cadeia de Tires, que não tem grades, e que estará a ser usado para acomodar provisoriamente 43 reclusas que testaram negativo à Covid-19.

Rosa Grilo, Diana Fialho, Maria Malveiro e Mariana Fonseca são as reclusas ‘mediáticas’ que estão detidas em Tires. As quatro, todas envolvidas em processos de homicídios, aguardam ainda pelo resultado dos respetivos testes.

Rosa Grilo foi condenada a 25 anos de prisão, a pena máxima possível no sistema judicial português, pela morte do marido, Luís Grilo. Diana Fialho cumpre 24 anos de cadeia pela morte da mãe adotiva, a professora Amélia Fialho. Maria Malveiro e Mariana Fonseca estão presas pela morte e desmembramento de Diogo, o jovem informático de 21 anos, natural do Algarve.

Serviços Prisionais negam que haja falta de material de higiene em Tires

Em comunicado enviado à agência Lusa, os Serviços Prisionais salientam que é fornecido de forma regular desinfetante e outros bens essenciais à população prisional e que a sua distribuição foi reforçada, que a medicação é disponibilizada às reclusas nos termos habituais e que todas continuam a usufruir do “tempo de recreio previsto em lei”.

O surto está a ser resolvido “em prol da saúde das reclusas e dos trabalhadores e respeitando os seus direitos”, vincou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).

A nota da DGRSP surge após a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (CDHOA) ter manifestado hoje a sua preocupação com os surtos de covid-19 nas prisões, nomeadamente no Estabelecimento Prisional de Tires, que tem 128 reclusas e seis guardas e uma enfermeira infetadas.

A comissão fala de relatos de falta de produtos de higiene íntima, falta de material para limpeza das celas, atrasos de horas na distribuição das refeições e recusa de acesso dos advogados às reclusas que representam.

Em comunicado, a DGRSP explica que os atrasos na distribuição das refeições devem-se à adaptação da empresa externa que as fornece e ao facto de “as reclusas que aí trabalhavam terem entrado em confinamento, obrigando a nova modalidade de distribuição e empratamento”, assegurando que a situação “está a ser resolvida”.

Relativamente à recusa de acesso dos advogados das reclusas à prisão, a direção-geral refere que “não tem registo da presença, após o início desta situação de saúde, de qualquer advogado para contactar reclusas”.

Na nota, a DGRSP explica ainda que a admissão de novas reclusas tem lugar “nos termos já anteriormente definidos no plano de contingência”, indo para uma “zona de quarentena”.

“Em articulação com as autoridades de saúde pública procedeu-se à triagem de todas as reclusas e trabalhadores, num processo que findou cerca das 20:00 de 7 de novembro e de que se aguardam os resultados”, acrescentou a direção-geral.

Na sexta-feira, a direção-geral revelou que o Estabelecimento Prisional de Tires registava 121 casos positivos à covid-19 entre as reclusas, naquele que é considerado o primeiro surto numa prisão.

 

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