Maria João Abreu: A vida de uma das atrizes mais queridas do público

Maria João Abreu era uma das atrizes mais queridas do público e construiu uma carreira de 40 anos na representação. Era também descendente de D. Pedro I e D. Inês de Castro. Conheça melhor a atriz.

Maria João Abreu morreu esta quinta-feira, 13 de maio, aos 57 anos. A atriz, uma das mais querida do público português, contava com uma carreira de 40 anos no teatro, na televisão e no cinema.

Maria João Gonçalves Abreu Soares nasceu em Lisboa a 14 de abril de 1964. Mas foi no campo que teve das memórias mais felizes. As férias da atriz eram passadas na casa da avó em Lamarosa, uma localidade entre Torres Novas e o Entroncamento. “No Verão, nós íamos trabalhar com ela no campo antes dos figos secarem: tínhamos de roçar as ervas à volta da copa das árvores para que os figos quando caíssem não se misturassem todos”, revelou numa entrevista à revista “Sábado” sobre o papel dos avós.

Estreou-se como atriz profissional em 1983, no musical “Annie” de Thomas Meehan, dirigida por Armando Cortez no Teatro Maria Matos. Seguiram-se vários espetáculos de revista no Parque Mayer, até participar, na Casa da Comédia, em “O Último dos Marialvas” de Neil Simon, peça que a reconhece como atriz de comédia. Depois de várias revistas no Teatro Maria Matos, passa pelo Teatro Aberto, colaborando com João Lourenço (As Presidentes, de Werner Schawb) e José Carretas (Coelho Coelho, de Celine Serreau) no Teatro Aberto. Participa ainda em Bolero, um espetáculo de Manuel Cintra e José Carretas para o CCB.

Descendente de D. Pedro I e D. Inês de Castro

Em 1998 funda, com José Raposo, a produtora “Toca dos Raposos“, que somou sucessos como a revista “Ó Troilaré”, “Ó Troilará” ou o musical “Mulheres ao Poder”, uma adaptação de “Lisístrata” de Aristófanes. Em 2004 coprotagonizou “A Rainha do Ferro Velho” de Garson Kanin, encenado por Filipe La Féria no Teatro Politeama.

Em 2012 protagonizou a peça “O Libertino”, encenada por José Fonseca e Costa, no Teatro da Trindade, em Lisboa, contracenando com José Raposo, Custódia Gallego e Filomena Cautela.

No programa “Quem É Que Tu Pensas Que És?”, emitido pela RTP1 em 5 de fevereiro de 2013, ficou apurado que a atriz, pelo ramo da sua avó paterna, é descendente de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, por via de um filho destes, o Infante D. João.

No cinema, participou nos filmes “A Falha” de João Mário Grilo (2001), “António Um Rapaz de Lisboa” de Jorge Silva Melo (1999) e “Telefona-me” de Frederico Corado (2000), sendo “Lá Fora”, de Fernando Lopes (2004), “Call Girl” de António-Pedro Vasconcelos (2007) e “Florbela” de Vicente Alves do Ó (2012) as suas mais recentes participações.

«Ser avó de dois é como ser mãe de dois, como já fui»

Maria João Abreu esteve casada com o ator José Raposo durante 23 anos, de quem teve dois filhos, Ricardo e Miguel. A artista voltou a reencontrar o amor junto do músico João Soares, com quem casou em 2012.

Apesar de separados, Maria João Abreu e José Raposo continuaram amigos e a contracenar juntos. “É ótimo. O José Raposo é maravilhoso, um ótimo ator. É muito bom voltar a estar com ele. Já temos muita cumplicidade, é mais fácil”, referiu a atriz na apresentação do projeto “Amor Maior“, da SIC.

Em 2016, os atores foram avós pela primeira vez de Matias, fruto da relação do filho Ricardo com Rita Rodrigues. Um ano depois, e com outro neto a caminho, Noah, Maria João Abreu comparava o papel de avó ao de mãe. “Ser avó de dois é como ser mãe de dois, como já fui. Quanto mais amor damos, mais amor temos para dar“, afirmou em declarações aos jornalistas nos Prémios Sophia 2017.

Texto: Inês Neves Cibrão; Fotos: Redes Sociais

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