Homenagens a Roberto Leal | Estrelas da música lamentam a morte do cantor

Ágata lembra a última vez que trabalhou com o cantor e Toy afirma que a sua maior vitória foi ser reconhecido em Portugal. Saiba o que dizem outros músicos.

A morte de Roberto Leal deixou o mundo da música em choque. Apesar de o cantor sofrer de um cancro há já dois anos, a notícia apanhou de surpresa algumas das nossas estrelas. «Perdeu-se um grande cantor, mas acima de tudo um excelente ser humano. Como colega, sempre foi muito respeitado pelo trabalho que fez em Portugal, mas também no Brasil, levando sempre a nossa bandeira com ele. Um beijo e muita força para a família nesta altura», afirmou Mónica Sintra.

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«Éramos muito amigos», afirma Toy

Contactado pelo site da Nova Gente, Toy também se revelou devastado com a morte do amigo. «Éramos muito amigos. A última vez que estive com ele, que foi cá em Portugal há cerca de ano e meio ou dois anos, percebi que ele estava doente. Fiquei muito triste. O Roberto era uma pessoa muito calma, com um grande espírito. Era uma referência para mim e para a música portuguesa», começa por dizer.

«Ele foi muito criticado por cá no início de carreira. Fez um grande sucesso no Brasil, mas aqui as pessoas apontavam-lhe o dedo. Mas ele nunca mudou a sua forma de ser e de estar», disse ainda o cantor, referindo, porém, que este cenário mudou nos últimos anos: «As pessoas aprenderam a gostar dele e acho que, nos últimos 15 anos mais ou menos, deram-lhe o reconhecimento que ele merecia. Ele sentia-se muito acarinhado pelos portugueses e acho que isso lhe trouxe uma felicidade que ele não tinha antes. Essa foi a maior vitória dele».

«Era um homem de fé», sublinha Ágata

Ágata destaca a grande fé de Roberto Leal, que, sempre que vinha a Portugal, fazia questão de visitar o Santuário de Fátima. «Ele era um homem de fé e acreditava nessa força única que move montanhas. mas chegou o dia em que teve de partir para outra dimensão e lá se foi…», afirmou.

«O nosso espírito nunca morre, por isso vai ser eterno no coração de muitos portugueses. O Roberto era um excelente profissional, um bom conversador. As suas músicas marcaram uma época, uma geração e ninguém vai esquecer aquela pessoa que levou a nossa cultura até ao Brasil», disse, acrescentando ainda: «Penso que fui uma das últimas colegas que trabalhou com ele nos Estados Unidos. Nessa altura, ele já estava com algumas dificuldades, mas mesmo assim não deixou de fazer o que mais amava. Foi muito bom conhecer o Roberto e privar com ele».

«Cresci a ouvir Roberto Leal», recorda Sérgio Rossi

Edmundo também se mostrou chocado com a morte de Roberto Leal: «É com pesar que tomo conhecimento da morte de um grande artista, que tanto deu à música e à nossa cultura. Descansa em paz. Obrigado por tudo».

Por seu lado, Sérgio Rossi destaca a grande importância do artista na cultura portuguesa e sublinha que todos os músicos em Portugal respeitavam o seu percurso: «Tenho 20 anos de carreira e cresci a ouvir Roberto Leal. Era uma pessoa com muita luz, com muito boas vibrações e isso foi muito importante no meu crescimento como homem e como cantor», começa por dizer.

«Ele era uma inspiração. Já cantei por esse mundo fora e privo muito com outros cantores e posso dizer que o Roberto Leal era muito respeitado em todo o lado e por toda a gente», afirmou ainda, ressalvando o impacto que o programa O Último a Sair (RTP, 2011) teve na forma como os portugueses olhavam para o artista: «O público passou a conhecê-lo de outra forma. Foi um projeto muito importante na vida dele».

«O Roberto fez história», afirma Edmundo

Emanuel não escondeu a emoção ao falar da morte de Roberto Leal: «Ele era um bom homem. Nunca dizia mal de ninguém e passava sempre uma mensagem muito espiritual».

«Tinha e tenho uma grande admiração e estima por ele. Sabia que estava doente, mas não estava preparado para receber esta notícia. Estou muito triste», disse, acrescentando que, no meio artístico, Roberto Leal marcava pela diferença: «Ele prendia o nosso coração. Sempre o admirei muito como artista e como pessoa».
Emanuel sublinha ainda que o artista foi sempre um «embaixador orgulhoso da música portuguesa» e termina: «O Roberto fez história».

«A nossa cultura fica mais pobre», Nelson e Sérgio Rosado

Nelson e Sérgio Rosado – os Anjos – trabalharam com Roberto Leal várias vezes, em Portugal e no estrangeiro, e destacam a grande simpatia que nutriam pelo cantor: «Chegámos a reunir com ele por causa de uns projetos musicais. Ele gostava muito de nós e respeitava as nossas raízes. E o carinho era recíproco», começam por dizer Nelson.
Sérgio recorda uma conversa com o produtor Tozé Brito, bem reveladora do sucesso que Roberto Leal tinha além fronteiras. «O pessoal hoje em dia não tem bem noção do quão grande ele foi no Brasil. O Tozé Brito chegou a contar-nos que uma vez foi visitá-lo e o Roberto foi buscá-lo ao aeroporto, numa limusine com vidros escuros, porque nem sequer podia sair à rua», afirma. «Foi um homem que levou a cultura popular portuguesa além fronteiras e foi um enorme embaixador da nossa língua». Nelson acrescenta ainda: «A nossa cultura ficou mais pobre. Enviamos os nossos mais sentidos pêsames para toda a família, nomeadamente para o Rodrigo, que nós conhecemos bem».

TEXTO: Patrícia Correia Branco; Fotos: Reprodução redes sociais e Impala

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