Cristina Ferreira não é afinal a toda-poderosa da TVI

Não é Cristina Ferreira a patroa, mas sim Mário Ferreira, eleito presidente da Media Capital pelos acionistas que detêm a TVI. A decisão, porém, pode ser anulada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

Cristina Ferreira não é afinal a toda-poderosa da TVI

Escolhida para integrar o Conselho de Administração da Media Capital, Cristina Ferreira já veio a público celebrar a nomeação. “Na vida, vamos guardando momentos que nos são especiais. Hoje é um dia que marca o meu percurso. Cada um de nós tem as suas conquistas. Pessoais e profissionais. E há coisas que não estavam planeadas, mas que, quando acontecem, devem ser assinaladas. Hoje é dia 24 de novembro”, diz a também diretora de Entretenimento e Ficção da TVI, para marcar indiretamente a nomeação. Porém, o cargo de patrão é de Mário Ferreira, e não de Cristina.

Cargo de Cristina Ferreira na administração é o de vogal

Mário Ferreira é o novo presidente da Media Capital
Mário Ferreira é o novo presidente da Media Capital e Cristina Ferreira fica apenas e só como vogal

De facto, Mário Ferreira é o novo presidente da Media Capital. Os acionistas da dona da TVI escolheram-no para assumir o cargo de direção. Paulo Gaspar, do grupo Lusiaves, é o novo vice-presidente. A notícia foi comunicada pelo grupo, esta terça-feira, na sequência de uma assembleia-geral com os novos acionistas. Entre eles encontra-se, através da empresa DoCasal Investimentos, Cristina Ferreira, com 2,5% das ações da dona da TVI, que passa a integrar a administração da empresa como vogal.

Há ainda mais seis vogais: Avelino Gaspar (Lusiaves), Luís Cunha Velho (até agora presidente interino da Media Capital), João Serrenho (CIN), Miguel Osório Araújo (ex-quadro da Sonae), Rui Freitas (Zenithodyssey) e Paula Ferreira (Pluris Investments, a mesma empresa de Mário Ferreira). Numa nota enviada às redações, a Media Capital refere que o novo Conselho de Administração do grupo vai fazer uma conferência de imprensa na tarde desta terça-feira.

ERC questiona “falta de transparência” e pode não reconhecer o novo Conselho de Administração

A eleição dos novos órgãos sociais acontece um dia depois de o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) ter notificado “da subsistência de falta de transparência de titularidade das participações qualificadas de potenciais participações sociais ou direitos de voto superiores a 5%”. E deu um “prazo de 10 dias para apresentarem provas ou tomarem medidas com vista a assegurar a transparência da titularidade das participações qualificadas”.

O regulador decretou também “suspensão imediata do exercício dos direitos de voto inerentes às participações em causa”, tendo avisado “também que qualquer decisão em causa adotada no decurso da AG que possa envolver uma alteração de domínio, dos operadores de rádio e de televisão da Media Capital, não será reconhecida pela ERC”. Ou seja, a eleição do novo Conselho de Administração pode não ser reconhecida pelo regulador.

Concertação obriga novo patrão a lançar OPA

Há menos de uma semana, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) concluiu que houve concertação entre a Prisa e a Pluris Investments, obrigando Mário Ferreira a lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) obrigatória sobre 69,78% da dona da TVI. O prazo para tal estende-se até esta quarta-feira.

A Media Capital contrariou a ERC e elegeu, mesmo assim, os novos órgãos sociais da empresa. Entre os novos acionistas estaria Pedro Abrunhosa, que já tinha assinado um contrato de compra com os espanhóis da Prisa para adquirir parte da Media Capital. No entanto, segundo o Correio da Manhã, o cantor desistiu do negócio, não tendo sido avançado que motivou tal decisão.

Segundo dados revelados pela Media Capital a 3 de novembro, são acionistas da dona da TVI a Pluris Investments (30,22%), Triun (23%), Biz Partners (11,97%), CIN (11,20%), Zenithodyssey (10%), Fitas & Essências (3%), DoCasal Investimentos (2,5%) e o NCG Banco (5,05%).

Texto: Dúlio Silva

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