A lutar contra o cancro, Isaura faz apelo emocionante

Isaura, a vencedora do Festival RTP da Canção de 2018, recorreu à batalha contra o cancro da mama para alertar para a importância de cumprir com o isolamento social por causa da Covid-19.

A luta contra a propagação do novo coronavírus depende de cada um de nós. Isaura, a vencedora do Festival RTP da Canção de 2018, recorreu à batalha contra o cancro da mama, que empreende desde o início deste ano, para alertar para a importância de seguir os conselhos do Governo, que apelou ao isolamento social por causa da Covid-19.

Com uma fotografia em que se mostra careca, a cantora começa por dizer que não consegue traduzir em palavras «o que sente quando se está a lutar pela vida com unhas e dentes e se vê determinados comportamentos com os quais temos de coexistir em impotência».

Segue-se um testemunho potente, no qual faz alusão à primeira sessão de quimioterapia que fez. «Fui bafejada em tabaco alheio precisamente à porta; senti-me zangada por tentar caminhar na cidade universitária [de Lisboa] cheia de efeitos secundários e a recuperar de um hemopneumotórax uns dias antes (afinal o meu cartoon sobre o implantofix e deixarem-me cair era uma premonição ao estilo Simpsons) e não conseguir sentir oxigénio no ar, só uma coisa turva e densa que vem da segunda circular; senti-me incrédula já várias vezes na estrada com condutores que claramente se estão a borrifar para a possibilidade de mandarem com a cara num muro impenetrável», descreve.

«Não custa assim tanto ser cívico»

Isaura recorda que, em época de pandemia, vivemos «um momento para todos» e refere que «cada um lida com as coisas à sua maneira». «Mas não podia deixar de vos vir lembrar que pacientes oncológicos (com o sistema imunitário altamente comprometido), pessoas com doenças cardiovasculares e pessoas com doenças do foro respiratório – para além de todos aqueles que estão numa faixa etária avançada e ou que possam ter outras complicações que não referi – devem ter vomitado um bocadinho quando viram as fotografias do Cais do Sodré de ontem à noite», atira.

«Não custa assim tanto ser cívico e um bocadinho fraternal; e se mesmo assim isso for demasiado sejam só egoístas e protejam-se a vocês mesmos porque infelizmente não há garantias absolutas de como o vosso organismo vai reagir a este coronavírus», pede.
A jovem de 30 anos termina a explicar que escolheu uma imagem sua em que surge careca «na esperança de que mais pessoas parassem para ler». «Porque o mais importante não é o meu cabelo ou falta dele de momento – caso este post seja replicado algures por aí – o importante é estar toda a gente em casa. Não é assim tão difícil», encerra.

Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Reprodução de Redes Sociais

 

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