Filha de Woody Allen revela como foi abusada sexualmente pelo pai

Dylan Farrow conta pormenores do episódio de alegado abuso sexual levado a cabo pelo pai, o realizador de cinema Woody Allen.

«Como uma criança de sete anos, eu diria que ele tocou nas minhas partes íntimas. Como uma mulher de 32 anos, o que ele fez foi tocar nos meus lábios vaginais e na minha vulva com o dedo». Esta é a descrição pormenorizada feita por Dylan Farrow sobre os alegados abusos sexuais perpetrados por Woody Allen em 1992.

Na primeira entrevista televisiva, e na primeira vez que fala de viva voz sobre os alegados abusos sexuais de que terá sido vítima, Dylan (filha adotiva de Mia Farrow e Woody Allen) explica que o episódio, que terá acontecido a 4 de agosto de 1992, decorreu na casa de campo da mãe.

«Fui levada pelo meu pai para um pequeno sótão na casa de campo da minha mãe, no Connecticut. Ele mandou-me deitar de barriga para baixo e brincar com o comboio elétrico do meu irmão. Sentou-se atrás de mim e, enquanto eu brincava, abusou sexualmente de mim», conta.

A filha de Mia Farrow e Woody Allen explica também que, em criança, o pai a «seguia para todo o lado» e que estava sempre a abraçá-la e a fazer-lhe carinhos.

«Frequentemente, dizia-me para ir para dentro da cama com ele, quando ele tinha apenas roupa interior vestida e, algumas vezes, quando eu estava apenas de cuecas», recorda Dylan.

Veja aqui a entrevista completa:

 

 

 

Um dos momentos mais dramáticos da entrevista, além desta descrição, é o momento em que a jornalista do programa «CBS This Morning», Gayle King, mostra a Dylan um vídeo de 1992, onde Woody Allen nega as acusações.

Veja aqui o vídeo:

 

 

Após ver estas imagens, Dylan desatou a chorar compulsivamente.

«Ele está a mentir, ele mente há tanto tempo! E é difícil para mim vê-lo e ouvir a voz dele», explica a jovem de 32 anos, ela própria mãe de uma bebé de 16 meses.

Em 1992, Woody Allen argumentou que Dylan teria sido instruída pela mãe a contar a história dos abusos. À época, o realizador de cinema revelou que, semanas antes do alegado incidente, recebeu um telefonema de Mia Farrow a dizer que tinha «algo muito mau planeado para ele».

À época, Mia Farrow e Woody Allen já tinham entrado em rota de colisão, depois de a atriz ter descoberto fotografias nuas de Soon-Yi, também sua filha adotiva, com quem Allen mantinha um caso amoroso e com quem haveria, depois, de se casar.

 

A reação de Woody Allen

 

O realizador de 82 anos reagiu, num longo testemunho escrito, às declarações da filha. Woody Allen voltou a negar as acusações, reforçando que as memórias de Dylan foram criadas por Mia Farrow.

«Quando estas alegações foram feitas, há 25 anos, foram detalhadamente investigadas tanto pela Clínica de Abusos Sexuais de Menores do hospital de Yale-New Haven como pela assistência social do estado de Nova Iorque. Após vários meses de investigação, concluíram, de forma independente, que não aconteceu qualquer tipo de abuso. Ao invés, concluíram ser plausível que uma criança vulnerável tenha sido instruída a contar esta história por uma mãe zangada durante uma separação litigiosa», pode ler-se no comunicado.

Allen recorda ainda que o filho, Moses, relatou ter visto a mãe a «instruir Dylan vezes sem conta, tentando convencê-la de que o pai era um perigoso predador sexual». «Parece ter resultado e, infelizmente, creio que a Dylan acredita mesmo no que diz».

O realizador acusa ainda a família Farrow de estar a «aproveitar-se de forma cínica» do momento Time’s Up «para repetir alegações desacreditadas». «Isso não as torna mais verdadeiras agora do que no passado. Nunca abusei da minha filha, como todas as investigações concluíram há um quarto de século».

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