O pelouro da diáspora nas autarquias

Artigo de opinião de Daniel Bastos

O pelouro da diáspora nas autarquias

 

 

Daniel Bastos

 

Artigo de opinião de Daniel Bastos

 

Um dos principais pilares da democracia portuguesa, e um dos elementos mais representativos das conquistas de abril, a autonomia do Poder Local tem sido fundamental ao longo dos últimos quarenta anos no incremento do desenvolvimento sustentado do território nacional e na promoção da qualidade de vida das populações.

Foi só a partir da afirmação do poder local democrático que nas diversas localidades disseminadas pelo território nacional se rasgaram caminhos, pavimentaram-se quilómetros de vias, quebrou-se o isolamento de populações, eletrificaram-se aldeias, distribui-se a água, implantou-se o saneamento, edificaram-se pontes, construíram-se escolas, colocaram-se a funcionar bibliotecas, museus, pavilhões, piscinas, multiusos, centros de dia, multiplicaram-se associações, enfim sobreveio um pulsar vigoroso da sociedade portuguesa.

Assente na proximidade aos cidadãos, e na resolução dos problemas do seu bem-estar e qualidade de vida, as autarquias locais têm, em geral, ao longo da sua existência democrática reconhecido o papel da emigração no desenvolvimento das suas localidades. Vários municípios portugueses têm dinamizado projetos que promovem a criação de redes com a diáspora e prestam apoio e acompanham o regresso dos emigrantes.

É o caso dos muitos protocolos de geminação estabelecidos entre municípios portugueses e várias cidades espalhadas pelo mundo onde existem marcas fortes da emigração portuguesa, ou dos Gabinetes de Apoio ao Emigrante (GAE), criados em 2002, e que funcionam atualmente em mais de uma centena de municípios como estruturas de apoio aos emigrantes residentes ou não em Portugal.

No entanto, raros são os municípios portugueses onde os presidentes da câmara tenham criado pelouros específicos dedicados às relações com a diáspora, de modo a procurar estreitar ainda mais os laços entre as comunidades das terras de origem e de acolhimento. Uma dessas salvas raras exceções, encontra-se no Município de Arcos de Valdevez, uma vila raiana portuguesa no distrito de Viana do Castelo, cujo presidente assumiu recentemente o pelouro da Diáspora como um elemento fulcral na promoção da cultura, no reforço da identidade local e um meio excelente de divulgação do concelho e das suas potencialidades.

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