“Crónicas do Meu Outro Eu” – Masturbei um jovem no metro de Lisboa

Embalada pelos leves balanços da carruagem e incentivada pela minha atitude, aquela mão tornou-se mais ousada e começou a acariciar-me as nádegas. Aproveitando mais uma paragem e mais uns encontrões, virei-me de forma a ficar de frente para ele. Sorri-lhe num incentivo para que continuasse…

Devem concordar comigo: Não há nada como o regresso ao trabalho após uns dias de férias! Estou a ser sarcástica, claro, mas se o regresso é sempre traumático, há uns meses atrás vivi um momento engraçado.

Depois de sair do emprego, no primeiro dia de trabalho após 15 dias de férias, fui até à Baixa fazer umas compras. Apanhei o Metro, num daqueles momentos em que toda a cidade de Lisboa parece ter decidido fazer a mesma coisa. A plataforma cheia já era um prenúncio do suplício que se iria seguir e, quando o comboio chegou, toda aquela multidão se deslocou para as portas, tentando entrar num espaço claramente pequeno para tanta gente.

Entre encontrões e apertos lá me meti numa das carruagens. Quando as portas se fecharam – ao fim de várias tentativas falhadas – encontrei-me ensanduichada entre uma multidão de gente anónima. Com um solavanco a composição arrancou. Procurei segurar-me a uma das pegas mas a mais próxima estava fora do alcance do meu braço. Consegui agarrar o poste, apesar de estar de tal forma apertada que mesmo sem me segurar a nada não corria risco algum de cair.

À minha frente, virado para mim e a poucos centímetros do meu rosto, ia um rapaz de cerca de 25 anos. Não era feio nem bonito, alguém com um rosto mais ou menos indiferente para quem olha. Ia acompanhado por um amigo e eu tinha-me intrometido entre os dois na enxurrada da entrada. Eles foram trocando algumas palavras até à estação seguinte. Quando as portas se abriram, a agitação na carruagem aumentou de tom: o movimento dos que queriam sair esbarrava na mole humana dos que queriam entrar; e os que apenas queriam continuar a viagem eram apanhados nesse turbilhão. O rapaz à minha frente tentava não me esmagar, mas era pressionado contra mim. Pediu-me desculpa algumas vezes e eu ia sorrindo, percebendo o seu esforço para evitar ficar completamente colado ao meu corpo.

Com a força de todos os que procuravam entrar acabei por ser empurrada contra o amigo, que estava atrás de mim. Foi a minha vez de pedir desculpa. Ele respondeu que não fazia mal e o meu rabo acabou por se colar ao seu sexo. Não sei se devido a todos os empurrões ou se de forma propositada, senti-o roçar-se nas minhas calças justas.

O metro voltou a arrancar, provocando mais um abanão. A mão do homem atrás de mim amparou-me a cintura. Virei-me um pouco de lado e olhei-o. Tinha um ar simpático e sorriu-me.

– É complicado viajar em hora de ponta! – disse-me.

Retribuí o sorriso e concordei. Acho que ele estava à espera de alguma reação de desagrado pelo facto de a  mão continuar na minha cintura, mas como ela não surgiu, ele manteve-a por lá.

No meio de todos aqueles apertos a sua mão era invisível aos olhares de quem estava por ali. Comecei a senti-lo pressionar levemente os dedos sobre o meu corpo. Os seus gestos eram cautelosos, sempre na expectativa de perceber como eu reagiria. Mantive-me passiva, o que lhe agradou, de tal forma que a sua mão foi deslizando lentamente até pousar-me no rabo.

Embalada pelos leves balanços da carruagem e incentivada pela minha atitude, aquela mão tornou-se mais ousada e começou a acariciar-me as nádegas. Aproveitando mais uma paragem e mais uns encontrões, virei-me de forma a ficar de frente para ele. Sorri-lhe num incentivo para que continuasse. A sua mão estava agora junto ao meu sexo e aconchegou-se entre as minhas coxas. Por momentos pensei no que seria se estivesse a usar saias…

Olhei para o lado. Ninguém reparava no que ia acontecendo por ali. Nem o amigo deste explorador imaginava o que estava a passar-se. A carruagem aproximava-se de mais uma estação e preparei-me para mais uns apertos. Quando as portas se abriram fui empurrada contra o homem que me acariciava e desta vez não fiz nenhuma resistência deixando que o meu corpo se colasse ao dele. Continuava agarrada ao varão com a mão direita e usei a esquerda para o provocar, aproveitando o facto de ter o braço caído ao longo do meu corpo. Toquei-lhe na braguilha e senti a ereção que se escondia por debaixo dos jeans. O metro arrancou para mais um percurso.

– Saímos a seguir? – perguntou-lhe o amigo.

Ele tinha claramente pouca vontade de interromper a viagem, mas acabou por confirmar. E eu, vendo que estava a pouco mais de um minuto de ele se ir embora, procurei-lhe o fecho das calças e abri-o. Ele ficou atrapalhado com o meu gesto, e mais ainda quando a minha mão entrou pela abertura da sua braguilha e lhe apertou o sexo por cima dos boxers. Pressionei aquele rolo duro de forma vigorosa e deslizei a minha mão sobre ele. Era agora eu que controlava a situação e ele estava visivelmente sem saber como reagir à minha investida.

A carruagem aproximou-se da estação em que ele iria sair. Sorri-lhe e, num último gesto, acariciei mais uma vez o seu sexo. Quando entrámos na estação, retirei a mão de dentro das suas calças. Ele olhava em volta para tentar perceber se alguém reparara no que acontecera. As portas da carruagem abriram-se e uma vaga de pessoas saiu. Nela foram também os dois amigos. Quase soltei uma gargalhada ao ver como ele procurava apertar o fecho da braguilha sem dar muito nas vistas.

Quando a porta se fechou e as carruagens arrancaram, vi-os uma última vez pelo vidro. Acenei-lhe e segui viagem, rumo à Baixa-Chiado.

Ana Paula Jorge | Escritora erótica ([email protected])
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